Exaspero-me na penumbra vazia
Onde parece existir monstros escondidos
Na escuridão do quarto vazio
Quando na verdade são apenas vultos
Fantasmas de minha triste solidão.
Tateio o aro como se pudesse tocar o vento
E não encontro nada além do vazio
O silêncio é tão sepulcral
Que não consigo ouvir nem mesmo os grilos
Enquanto minha alma é dilacerada.
Faz horas que tento dormir
Quem sabe assim eu poderia esquecer
Mas não consigo nem mesmo fechar os olhos
Sem ver o vulto ameaçador da solidão
Que vem silenciosamente me abraçar.
Suas garras são afiadas e fere a alma
Sua palidez é tão fria como o gelo
Que sinto tanto medo como imaginava
Quando você ainda estava aqui comigo
Que sentiria se não permanecesse.
Nem mesmo o brilho de luzes distantes
Podem revelar a direção de teus passos
E sei que meu destino é sofrer com a ausência
E tentar sobreviver mais uma noite
Apenas mais uma noite triste de solidão.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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