terça-feira, 14 de março de 2023

O espectro da solidão

 No silêncio tenta se esconder 
Não deseja nem que ouça sua respiração 
Não perturbe a sua inquieta alma 
E nem permita que interrompa o seu momento 
Porque de nada adianta lutar sozinho 
O mundo sempre será um lugar solitário 
Onde a alma estará em lamentos 
Por não saber o que encontrar no labirinto 
Na existência que clama na escuridão. 
 
Acaba com essa dor, por favor 
É o clamor que se pode ouvir na penumbra 
Um espectro aterrorizante rompe o silêncio 
Causa calafrios indescritíveis 
E medo por não saber o que fazer 
Em situações assim nada tem explicação 
Não há nenhuma lógica 
Apenas o silêncio na escuridão da alma 
Que procura uma saída desse labirinto. 
 
A causa de tudo isso acontecer 
Foi acreditar que dessa vez poderia ser diferente 
Quando na verdade nunca é 
O que aconteceu ontem tornará acontecer amanhã 
Pois essa é a regra primordial da ilusão 
A miragem no deserto que não pode ser desvendada 
O enigma da esfinge que não será decifrada 
Porque o coração sempre tem a tendência absurda 
De acreditar no que não irá acontecer 
No milagre que a mente projeta 
Como se fosse possível caminhar sobre as nuvens. 
 
Pare um pouco e perceba a sua volta 
O que os seus olhos estão a contemplar 
Que não seja apenas o espectro da solidão? 
E muitos ainda acreditam que são grandes coisas 
Que poderão um dia deixar suas marcas na eternidade 
Quando, na verdade, não passam de pequenos medíocres 
Que apenas sabem viver como parasitas 
Em uma sociedade que não tem nada mais a oferecer. 
 
Estão querendo calar a minha voz 
Dizem que não posso ficar falando essas coisas 
Que isso causa constrangimento 
Desconforto em mentes ociosas que desejam a tranquilidade 
E eu simplesmente os aborreço 
Não quero nem saber o que estão dizendo 
Apenas continuarei a minha jornada 
Com minha marreta feita do mais duro metal 
Esmiuçar as mentes medíocres que encontro pelo caminho. 
 
Poema: Odair José, Pota Cacerense

Nenhum comentário:

Postar um comentário