Quando se anda no deserto
Não há sombras pelo caminho
Apenas pedras que ferem os nossos pés
Uma chuva fria em um dia cinzento
Quando se perde a esperança
Não pode haver novos horizontes a despontar
Destruíram tudo que podiam
Na ganância desenfreadas de loucos ambiciosos
E o mundo chegou a esse ponto sem retorno
A melodia das canções perdidas
Nunca poderá ser apreciadas
Por ouvidos sensíveis
Nem mesmo por poetas solitários em seus quartos
Quando a vida está por um fio
Se olha pela janela e percebe que o tempo se foi
Que não se pode fazer mais nada
Porque não soube aproveitar a vida que teve
As canções perdidas poderiam revelar
O que sempre desejou no coração
Mas tornou-se um imbecil pertinaz
Quando esqueceu-se de olhar para a própria alma
E não se pode fazer mais nada
Quando se rompe os limites da consciência
O que resta agora é ver a fumaça subir
Das chamas que queimam os últimos vestígios
De uma existência falida da humanidade.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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