sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

Exílio

No lugar distante, sob a sombra da queda, 
Ecoa a voz do estrangeiro que vela. 
Trouxe consigo a peste e o medo, 
Um estado de sítio no silêncio mais cedo. 

Solidão é sua companheira fiel, 
O exílio pinta o horizonte de fel. 
O vento carrega lamentos sombrios, 
Nas ruas desertas, só ecos vazios. 

O que foi um dia um lar de magia, 
Agora é palco de melancolia. 
Os muros do lugar, outrora altaneiros, 
Caem sob o peso de tempos traiçoeiros. 

Mas no peito do estrangeiro há chama, 
Um lume que insiste, que clama e inflama. 
Do caos renasce a força contida, 
E da queda, o impulso que salva a vida. 

Pois mesmo na peste, na solidão, 
Há sementes de esperança no chão. 
E o lugar que dorme, um dia desperta, 
Com a alma ferida, mas a fé sempre alerta. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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