sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

Peões de um jogo calculado

Há uma sombra que paira sobre a mente, 
Um véu pesado, opaco, insistente. 
O mundo geme, ferido e doente, 
Enquanto o povo, viciado, segue dependente. 

O sistema é um labirinto bem fechado, 
Onde o saber é domado, sufocado. 
As verdades são moldadas, adulteradas, 
Para que todos sigam, cegos, as mesmas estradas. 

Somos peões de um jogo calculado, 
Adestrados para o ciclo repetido e programado. 
As telas brilham, hipnotizam o olhar, 
E nos prendem, sem espaço para questionar. 

Cadeias invisíveis nos envolvem, 
Promessas de progresso que nos devolvem 
Ao mesmo ponto de partida: a ilusão 
De que há liberdade em cada decisão. 

O mundo grita em dores abafadas, 
Rios poluídos, florestas cortadas. 
Mas o sistema ensina a não sentir, 
A consumir, e nunca, nunca refletir. 

Somos escravos de uma fome inventada, 
Que cresce no vazio de uma alma calada. 
Queremos mais, sem saber o que falta, 
E o coração, vazio, de novo exalta. 

Oh, sistema que ignora e nos faz ignorantes, 
Nos prende ao presente, apaga o antes. 
Mas talvez, um dia, a luz venha brilhar, 
E o povo, enfim, comece a despertar. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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