Um véu pesado, opaco, insistente.
O mundo geme, ferido e doente,
Enquanto o povo, viciado, segue dependente.
O sistema é um labirinto bem fechado,
Onde o saber é domado, sufocado.
As verdades são moldadas, adulteradas,
Para que todos sigam, cegos, as mesmas estradas.
Somos peões de um jogo calculado,
Adestrados para o ciclo repetido e programado.
As telas brilham, hipnotizam o olhar,
E nos prendem, sem espaço para questionar.
Cadeias invisíveis nos envolvem,
Promessas de progresso que nos devolvem
Ao mesmo ponto de partida: a ilusão
De que há liberdade em cada decisão.
O mundo grita em dores abafadas,
Rios poluídos, florestas cortadas.
Mas o sistema ensina a não sentir,
A consumir, e nunca, nunca refletir.
Somos escravos de uma fome inventada,
Que cresce no vazio de uma alma calada.
Queremos mais, sem saber o que falta,
E o coração, vazio, de novo exalta.
Oh, sistema que ignora e nos faz ignorantes,
Nos prende ao presente, apaga o antes.
Mas talvez, um dia, a luz venha brilhar,
E o povo, enfim, comece a despertar.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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