sábado, 4 de janeiro de 2025

O grito secreto dos deuses

Os lugares onde vivem os homens 
Seguem caminhos misteriosos e simplórios 
É como se quisessem esconder suas dores 
Quando caminham sem destinos por ai 
Mas não podem sequer ouvir um barulho 
Que já ficam todo atemorizado 
Como se fosse um prenúncio do fim do mundo. 

A voz que ninguém quer ouvir 
É a que ecoa mais alto em nossos ouvidos 
É a que perturba nossa mente 
Quando desejamos apenas o silêncio profundo 
E essa voz é capaz de nos dizer algo 
Que não queríamos escutar nunca 
Algo que provoca calafrios só em pensar. 

O que não podemos ver diante dos olhos 
Prossegue infinitamente 
Como se o universo conspirasse contra nós 
E nos impedisse de caminhar sozinhos 
Na direção dos sonhos que acalentamos 
Quando estamos absortos em nossos pensamentos 
E não queremos viver outra coisa. 

Existem os olhares que só enxergaram 
Inverdades e fantasias no tempo 
E esses olhares não conseguem ver outra coisa 
E então nos faz entender o pessimismo 
Envolto em camadas superficiais 
Difíceis de serem rompidas pela razão 
E, por isso, não vale a pena seguir. 

O grito secreto dos deuses 
Pode ser o destino emaranhado na cintura 
O caminho escondido na floresta 
Por onde atravessam os peregrinos 
É onde eles se escondem para atacar 
Os que não param para prestar atenção 
Ao som imperceptível da natureza que os cercam. 

Uma alma aprisionada em carne 
Pode desafiar os mistérios do universo 
Mas não pode alterar os desígnios 
Já pré-estabelecidos para os pobres mortais 
Porque o que segue o caminho errado 
Não pode chegar ao lugar certo 
Nem descansar de suas duras tribulações. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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