Te amei sem saber me guardar,
Sem freio, sem rede, sem chão.
Te dei o que havia para dar,
Sem nunca escutar o "não".
Te amei no escuro, inocente,
Com sede de sol e calor.
Te amei como ama quem sente,
Sem peso, sem filtro, com dor.
Não via limites, fronteiras,
Confundi carinho e prisão.
Achei que cair nas barreiras
Era parte da devoção.
Te amei sem saber que o limite
Protege, resguarda o coração.
Fui rio, fui mar, fui convite,
Mas nunca fugi da razão.
Agora, que sei me dizer,
Me vejo e me entendo melhor.
Amar não precisa doer,
Nem nasce de um “sim” sem valor.
Te amei, e não me arrependo,
Mas hoje, com alma e razão,
Prefiro um amor que, aprendendo,
Também saiba ser um "não".
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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