Há algo no teu sorriso
Que não sei nomear,
Talvez um eco de casa,
Ou o presságio de um abismo.
Quando ele surge,
Meu peito, que tanto se defende,
Se abre em silêncio,
Como se enfim entendesse
Que perder o controle
Também é uma forma de paz.
Teu sorriso não grita,
Não exige,
Apenas acontece,
E nesse instante
O mundo inteiro parece respirar comigo.
Mas há perigo no encanto:
Ele acalma, sim,
Mas também me desarma,
Me despe das razões,
Me deixa à mercê de um sentir
Que não sei conter.
Talvez seja isso o amor,
Um sorriso que consola,
Enquanto, sem pedir licença,
Me desfaz.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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