quarta-feira, 29 de setembro de 2021

Ando em ruas de paralelepípedos

Os pensamentos são contínuos 
Como os pássaros que voam nas árvores da praça 
Eles voam sem direção certa 
Fazem a dança perto das nuvens 
E cantam a canção de uma saudade qualquer 
No por do sol da cidade bicentenária. 
 
Ando em ruas de paralelepípedos 
Na esperança de encontrar 
Aquele olhar tão misterioso 
Que vi em uma das janelas dos casarões antigos 
Eles pareciam querer me dizer alguma coisa 
Como se eu soubesse o meu caminho. 
 
Sou de um tempo diferente 
Onde os sonhos eram vívidos 
Nas cores vibrantes do por do sol 
Que podiam ser vislumbrados 
No encosto do Cais. 
 
Tudo fazia sentido no tempo 
Ao caminhar pelas ruas estreitas 
Que há muito tempo havia selado o destino 
Dos caminhantes solitários 
Que almejavam a liberdade para voar 
Livremente no horizonte. 
 
Agora vejo os inúmeros carros 
Que se espremem com as pessoas 
Nas ruas de paralelepípedos 
Tirando a paz que envolvia os seus transeuntes 
Nos tempos saudosos de outrora. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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