Os pensamentos são contínuos
Como os pássaros que voam nas árvores da praça
Eles voam sem direção certa
Fazem a dança perto das nuvens
E cantam a canção de uma saudade qualquer
No por do sol da cidade bicentenária.
Ando em ruas de paralelepípedos
Na esperança de encontrar
Aquele olhar tão misterioso
Que vi em uma das janelas dos casarões antigos
Eles pareciam querer me dizer alguma coisa
Como se eu soubesse o meu caminho.
Sou de um tempo diferente
Onde os sonhos eram vívidos
Nas cores vibrantes do por do sol
Que podiam ser vislumbrados
No encosto do Cais.
Tudo fazia sentido no tempo
Ao caminhar pelas ruas estreitas
Que há muito tempo havia selado o destino
Dos caminhantes solitários
Que almejavam a liberdade para voar
Livremente no horizonte.
Agora vejo os inúmeros carros
Que se espremem com as pessoas
Nas ruas de paralelepípedos
Tirando a paz que envolvia os seus transeuntes
Nos tempos saudosos de outrora.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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