Houve um tempo em que o silêncio
Parecia ter voz
Havia murmúrios pelos cantos da sala
Vozes que pareciam de fantasmas
E podia-se sentir até o perfume no ar.
No canto escuro do cômodo
Um jarro com inscrições gregas
Tentava salvar um buquê de flores
Que alguém tinha enviado pelo florista.
Aquelas flores não dizem mais nada
Servem apenas para atrair as moscas
Como uma carcaça de algum animal morto
Abandonado pelo caminho.
Um cenário de total abandono
De vidas que se foram na eternidade
Lembranças de sofrimento e dor
Por sufocar sem razão
O sentimento do triste coração.
Mas, tudo não passa de ilusão
De uma mente bastante confusa
Que procura desesperadamente a solução
Para esquecer os infortúnios da vida
E apagar a memória deste sentimento.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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