Que nem sei de onde surgiram
Uma angústia sem sentido toma conta da alma
Como se tentasse alcançar o infinito
Na esperança de encontrar uma solução
Algo que respondesse aos anseios
Que realizasse o desejo tão profundo
Impregnado no mais secreto do coração.
Olhares parecem facas afiadas em minha direção
Querem saber o que se passa no coração
Como se isso fosse algo importante
Quando na verdade não passam de tolos desvairados
Tentando colocar tropeços em meu caminho
Crendo firmemente que por me encontrar perdido
Não consigo chegar a lugar algum.
Estar perdido em si mesmo faz parte da vida
Ou quem poderia bater no peito
E dizer que nunca se encontrou sozinho
Perdido em meio aos pensamentos tolos do coração?
A busca inquieta de uma alma abatida
De mãos dadas com a solidão em noites escuras
Que fazem estremecer todas as memórias.
Em minha busca silenciosa por respostas
Caminho devagar observando o tempo que passa
Os sorrisos falsos e tolos que disfarçam a tristeza
Os olhares invejosos e ameaçadores
Que desejam o meu fim
Entre o céu e a terra há mais perigo
Do que podemos imaginar
E viver é tão perigoso quanto inexplicável
Porque ninguém poderá dizer que nunca esteve sozinho
E estar sozinho, mesmo que por um momento sequer,
É aceitar a sua completa ineficácia neste mundo
Saber que ao estar sozinho você está perdido.
Busco respostas em mim mesmo
No olhar mais profundo de quem olha para mim
No sorriso de uma criança
Na canção de uma melodia e nos versos da poesia
Onde a esperança desfila os seus acordes
E avisa aos perdidos como eu
Que a vida só tem sentido
Se não soubermos as respostas
Porque elas poderiam nos deixar mais tristes ainda.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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