quarta-feira, 10 de maio de 2023

Perdido

Busco respostas para perguntas 
Que nem sei de onde surgiram 
Uma angústia sem sentido toma conta da alma 
Como se tentasse alcançar o infinito 
Na esperança de encontrar uma solução 
Algo que respondesse aos anseios 
Que realizasse o desejo tão profundo 
Impregnado no mais secreto do coração. 

Olhares parecem facas afiadas em minha direção 
Querem saber o que se passa no coração 
Como se isso fosse algo importante 
Quando na verdade não passam de tolos desvairados 
Tentando colocar tropeços em meu caminho 
Crendo firmemente que por me encontrar perdido 
Não consigo chegar a lugar algum. 

Estar perdido em si mesmo faz parte da vida 
Ou quem poderia bater no peito 
E dizer que nunca se encontrou sozinho 
Perdido em meio aos pensamentos tolos do coração? 
A busca inquieta de uma alma abatida 
De mãos dadas com a solidão em noites escuras 
Que fazem estremecer todas as memórias. 

Em minha busca silenciosa por respostas 
Caminho devagar observando o tempo que passa 
Os sorrisos falsos e tolos que disfarçam a tristeza 
Os olhares invejosos e ameaçadores 
Que desejam o meu fim 
Entre o céu e a terra há mais perigo 
Do que podemos imaginar 
E viver é tão perigoso quanto inexplicável 
Porque ninguém poderá dizer que nunca esteve sozinho 
E estar sozinho, mesmo que por um momento sequer, 
É aceitar a sua completa ineficácia neste mundo 
Saber que ao estar sozinho você está perdido. 

Busco respostas em mim mesmo 
No olhar mais profundo de quem olha para mim 
No sorriso de uma criança 
Na canção de uma melodia e nos versos da poesia 
Onde a esperança desfila os seus acordes 
E avisa aos perdidos como eu 
Que a vida só tem sentido 
Se não soubermos as respostas 
Porque elas poderiam nos deixar mais tristes ainda. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Nenhum comentário:

Postar um comentário