No banco da praça
Observo o que acontece a minha volta
Para descobrir se a vida tem graça.
É fácil perceber um grupo de pessoas
Todos os dias por ali
Envoltos em seus afazeres rotineiros
Como se tudo acabasse aqui.
Corpos esqueléticos e fedorentos
Fumam maconha e cheiram cocaína
Sob a luz do sol
Acabam-se injetando heroína.
Olhares distantes revelam
A angústia de almas desoladas
Que entornam corotinhos de pinga
Na alegria falsa de suas risadas.
Pessoas sem nenhuma expectativa
Na existência dessa caminhada
Triste vidas de pessoas que não vivem
A alegria da alvorada.
Então penso nas oportunidades
Que recebo a cada alvorecer
De poder contribuir para a posteridade
Com a expressão do que é viver.
Nossa sociedade hipócrita deveria
À essas pessoas seus olhos voltar
Pois são almas que necessitam amparo
De outras que saibam amar.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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