domingo, 7 de maio de 2023

Quem esconde consigo a chave do mundo?

Por acaso poderia eu perguntar alguma coisa? 
Pesadelos imponentes poderiam mudar a situação 
Se não estivéssemos tão distantes do Éden 
E se não vivêssemos em tempos tão utópicos 
Mas quem poderá escapar a essas armadilhas 
Esses embaraços construídos ao longo do caminho 
Que quase ninguém consegue ver? 

Se perguntasse-lhe a verdade mais incômoda 
Por acaso teria a coragem em dizer-me com sinceridade? 
Provavelmente não. 
Com certeza não! 
Quem esconde consigo a chave do mundo? 
Quem escreveu as memórias escondidas nas estrelas? 
Quem incendiou os corações inflamados de desejos? 
Ah! Quem poderia ter tais respostas 
E revelasse aos humanos a sua incapacidade 
Contasse-lhes o quanto são fracos em si mesmos. 

Aprenda uma coisa que não te contaram ainda 
Ninguém pode viver a sua vida 
Nada pode ser mais incoerente do que isso 
Você deve ser o personagem principal da sua história 
E se não for dessa forma não será de outra 
Porque tu és um verme desde que saiu do barro 
Se não consegues vislumbrar a liberdade 
De tornar-te um vaso que possa ter um valor. 

O mundo não é o que conhecemos 
Porque não sabemos muitas coisas que existem 
Devido a nossa incapacidade de alcançar a sabedoria 
Tolos convivem conosco o tempo todo 
Tomam os espaços e preenche o vazio com tolices 
E nós apenas rimos e nos divertimos com tudo isso 
Sem nos darmos conta de que o tempo passa 
De que a noite breve chegará com sua escuridão. 

Testemunho a verdade mais contundente da natureza humana 
De que as pessoas são os receptáculos de remorso 
Uma imagem que quase ninguém quer ver 
E por isso não se olham no espelho para não se assustarem 
Mesmo sabendo de que nada adianta 
Porque não há lugar em que possam se esconder 
Do que é assustador e obscuro na caminhada humana. 

Uma única conversa com o inatingível 
Pode durar mil anos e nada resolver 
Nem mesmo as profecias implícitas nas poesias 
Serão capazes de abrir os olhos de quem não tem cérebros 
É tudo uma batalha sem sentido 
Uma luta perdida contra o tempo que não para 
Porque as palavras, os segredos e as drogas espalhadas 
Nada podem fazer para mudar o cenário caótico 
Em que estão atolados a maioria dos seres humanos. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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