sábado, 20 de julho de 2024

Aqui deitarei o meu reinado

Quem são aqueles que tem os olhos 
Eternamente fechados para o mundo? 
Os que não conseguem enxergar a verdade 
E ofuscam a visão dos que desejam? 
Quem são os tolos que se vangloriam 
De loucas obsessões não permitidas 
E que espalham o terror por onde passam? 

É triste quando um garoto descobre 
Que para se viver no deserto 
Terá que se tornar o seu senhor absoluto 
E esconder as suas angústias até o fim 
Porque de outra forma será devorado 
Pelas víboras que espreitam as escondidas 
Desejando apenas injetar o seu veneno mortal. 

Do alto dos magníficos arranha-céus 
Alguém grita com voz de trovão: 
- Aqui deitarei o meu reinado 
E aqui tombarei o meu jazigo 
Enquanto em outros diversos lugares 
Muitos estão com os olhos eternamente 
Fechados para o mundo que os cercam. 

O que eles não sabem ou não descobriram 
É que o poder único é insubstituível 
E não existem tapetes peçonhentos ao chão 
Quando se procura desvendar as verdades 
Das quais a maioria das pessoas se escondem 
E o mais trágico de tudo isso 
É cada uma delas deter o poder das alucinações. 

Diga o que quiser sobre a jornada dos heróis 
Mas não são possíveis sem a transpiração 
Sem os rituais divinatórios do poder 
A eterna zombaria da vida e da morte 
Que cada um carrega consigo na eternidade 
Quando criaturas se deita do outro lado 
Muitos percorrem os caminhos cercado de escuridão. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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