domingo, 7 de julho de 2024

Que mundo criamos?

Na ânsia de sempre querermos mais e mais 
Criamos o lixo tóxico 
E o monóxido de carbono que respiramos 
Mas não contentes com isso 
Criamos o lixo hospitalar 
E a energia nuclear 
Que nos ameaça extinguir do planeta. 

No desejo desenfreado da existência 
Criamos o lixo industrial, 
O lixo tecnológico 
E o desconforto existencial 
Como consequência funesta dessa decisão 
Herdamos o desconforto psicológico 
E a degradação do ser humano. 

Na insana busca por liberdade 
Criamos a liberdade vigiada 
A vida, por sistema, controlada 
E a liberdade de expressão cerceada 
Como se isso não fosse o bastante 
Fomos induzidos a pensar 
Na existência do livre arbítrio 
Quando se tem o ceticismo proibido. 

No anseio desesperado de dominação 
Criamos o lixo da lei do silêncio 
Calamos a boca de quem pensa diferente 
Impomos o policiamento do pensamento 
E se isso não fosse suficiente 
Nos atrelamos a cumplicidade do sistema 
Criando o estado paralelo 
Dando asas a burocracia do sistema legal. 

Na culminância de nossos desejos 
Criamos a força da repressão social 
A lógica da solidão ideológica 
Um paraíso para o luxo dos corruptos 
A fonte do sofrimento dos mais vulneráveis 
Que transforma em desigualdades 
O lixo do inferno dos incultos 
De onde já não resta mais esperança. 

Olhamos o que o ser humano tem feito 
E nos perguntamos se há uma saída 
Se porventura há uma solução 
Que possa nos restaurar a esperança 
De que a humanidade possa ser diferente 
E tudo nos diz o contrário 
Então só nos resta sonhar e esperar 
Que o nosso sonho não seja em vão. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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