Se Édipo foi acorrentado
Em seu próprio sucesso o que faremos nós?
Hamlet pode ser feito do barro
E os bêbados da próxima esquina não?
O que sabemos é nada diante do tudo que existe
E ainda tem alguns que se acham os sábios.
Será o ser humano eterno
Ou apenas uma alma aprisionada em carne?
Há uma dúvida que paira no ar
Sempre que olhamos para o infinito
Sem saber ao certo se teremos um amanhã
Não sabemos o destino de uma tartaruga
Quanto mais de um filho bastardo.
A imagem que ninguém quer ver
Sempre aparece diante de nossos olhos
E o inconformismo faz parte das escolhas pessoais
Quando se deseja ver além das aparências
A simplicidade de existir sempre é complexa
Porque não conseguimos enxergar a antiguidade
E nos esquecemos do que aconteceu ontem.
Quase tudo no mundo é assustador e obscuro
Engana-se quem pensa o contrário
Basta que prove-me que não é assim
Uma única conversa com um ermitão comprovará
Porque são testemunhas da natureza humana
Esse invólucro vazio de emoções
Que pisoteiam seus semelhantes sem piedade.
Há um segredo a ser desvendado
Uma luz que poderá guiar-te ao desconhecido
Mas só as mentes mais elevadas pode compreender
As palavras dos videntes e poetas
Que tecem as teias da memória coletiva
Mostrando além do espelho embaçado pela neblina
Que o que podemos ver prossegue infinitamente.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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