quinta-feira, 11 de julho de 2024

O tempo faz esquecer

No jardim do tempo, as flores desvanecem, 
Memórias vívidas, suaves, esmaecem. 
O vento passa, leve, acaricia, 
Soprando lembranças, levando a agonia. 
 
No espelho d'água, reflexos de outrora, 
Vagas imagens que o tempo devora. 
Cada segundo, um grão de areia, 
Escorregando entre os dedos, desaparece na teia. 
 
O coração que outrora pulsava forte, 
Encontra no tempo seu amparo, sua sorte. 
As cicatrizes, marcas de uma era, 
Suavizam-se, tornam-se quimeras. 
 
A dor intensa, que o peito rasgava, 
No abraço do tempo, lentamente acalmava. 
As lágrimas, rios de saudade, 
Secam aos poucos, na brisa da verdade. 
 
O amor que se foi, o riso esquecido, 
Nas brumas do tempo, tornam-se mito. 
E o que restou, o eco distante, 
Desaparece na névoa, constante. 
 
O tempo, sábio e silencioso, 
Transforma o tormento em sonho nebuloso. 
E assim, o coração pode renascer, 
Pois o tempo, ah, o tempo faz esquecer. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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