Quando não pode ser assustador
A noite mais escura pode nem ser notada
Se a pessoa fechar seus olhos
É quando as boas lembranças
Tornam-se fantasmas que desaparecem na escuridão
Como neblina no alvorecer.
Será o que pode ser o pesadelo do artista?
O que pode fazê-lo desistir de sua arte?
O som da chuva que não pode ouvir?
O silêncio dos pássaros que não voam mais?
O choro da criança que descansa em paz?
Será os demônios da criação?
Ou apenas o horror da imaginação?
São muitas e infinitas perguntas
Que não tem nenhuma resposta plausível
Quando o artista de funde no caos
Quando a imaginação se torna uma criatura selvagem
E ninguém pode domá-la a contento
Porque o caos pode provocar pesadelos
Ou seríssima ilusão de ótica.
O sangue quente de um ancião
Treme diante de dos calafrios iminentes
Correntes que são soltas das mãos inertes
Dos prisioneiros presos no tempo
Nas vitrines onde tudo que esperamos
Não faz mais sentido do que a solidão do vazio
De quem não soube esperar o tempo certo.
O que você vê pode ser o que não vê exatamente
Porque a visão pode ser distorcida
Com os pesadelos constantes em nossa jornada
Não se pode mais dormir tranquilo
Porque há revelações por onde quer que vá
Como atalaias gritando a todo pulmões
Proclamando as suas notícias alvissareiras.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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