quarta-feira, 7 de agosto de 2024

Única memória sagrada

Aqui não se ouve quase nada 
Apenas há um silêncio 
Em algum lugar pássaros teimam em voar 
Sobre jardins velhos abandonados 
E eu apenas escrevo algumas rimas 
Tentanto esconder a saudade. 
 
Nada pode ofuscar um dia ruim 
Quando se sente uma saudade profunda 
Mesmo que os ventos levem as folhas 
O silêncio pode dizer alguma coisa 
Basta que ouça o sussurro 
E veja o que te trouxe até aqui. 
 
O tempo é sempre constante 
Nunca para e não observa 
Não importa o que está acontecendo 
O seu caminhar segue inadiável 
E com ele vai as lembranças 
E as boas memórias de algum amor 
Que não se acostumou a ficar. 
 
Em cada coração há uma espécie de dor 
Não pode ser profanada 
A única memória sagrada dos tempos bons 
Das lembranças alegres 
Dos dias mais difíceis que passou 
Do que ainda lhe trás esperança. 
 
Há um lugar no silêncio da alma 
Onde podemos descansar nossos olhos 
Um lugar reservado ao coração 
Um aconchego das ilusões 
E é nesse lugar sagrado e inviolável 
Que fica as melhores memórias de você. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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