domingo, 25 de agosto de 2024

Os estranhos

Lembra quando éramos crianças 
E parecia que o mundo pertencia a nós? 
Aqui estou eu, meu velho amigo, 
Com os olhos e o coração aberto 
Sabedor que não existe essa realidade 
Que o mundo não pertence a ninguém 
E que somos totalmente estranho por aqui. 

Você pode entender o que eu digo? 
Você vai estar aqui quando pensar que não está 
É nisso que resume a coisa toda 
O fato de sermos estranhos em meio a multidão 
Morremos e renascemos e abrimos os olhos 
E estamos em meio a essa escuridão 
Andando sozinhos pelas ruas abarrotadas. 

Acredita que cada passo seu está sendo vigiado? 
Cada pensamento seu está sendo controlado? 
Se não acredita e pensa que é livre 
Você não passa de mais um imbecil conformado 
No fundo todos os hinos e canções 
São feitos para controlar a sua mente 
E ter acesso as suas preferências. 

Já pensou nas promessas que fazemos a nós mesmos 
E nunca temos tempo para cumpri-las? 
Em algum lugar solitário por ai 
Haverá uma próxima garota e uma próxima dose 
Alguém vai proferir um discurso inflamado 
E uma multidão o seguirá sem saber para onde 
Porque é sempre assim que acontece. 

Estranhos em uma sociedade estranha 
Caminhamos para um destino tão incerto 
Você está aqui, não por muito tempo, mas você está aqui 
E quem pode dizer que poderia estar em outro lugar? 
Essa é a grande angústia dos pensadores 
De que poderia descobrir a verdade da existência 
Mas apenas descobre-se que nada passa de ilusões. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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