Arde a vida, intensa, sem medida,
Entrelaçados, corações sem destreza,
Dançam no fim, com temor da partida.
Os lábios tocam o eterno agora,
Onde o tempo é pó, perdido no vento,
E o desejo, que jamais se evapora,
Abraça o corpo, finda o momento.
Em cada suspiro, um último alento,
O querer sussurra, suave e profundo,
No calor da paixão, morre o lamento,
Renasce o amor, no silêncio do mundo.
Morrer assim, no clímax de um sonho,
Abraçado ao desejo, sem despedida,
Deixa na alma um brilho risonho,
Ecoando eterno, no limiar da partida.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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