sexta-feira, 9 de agosto de 2024

A loucura humana na História

 No âmago profundo da mente humana, 
Reside a semente de uma estranha flor, 
Que brota em meio ao caos e ao clamor, 
E, aos poucos, sua raiz se expande e emana. 
 
No rastro do tempo, na areia que escorre, 
Há traços de sombras, desespero e dor, 
De reis e tiranos, de poder e horror, 
Onde a razão, por vezes, se desdobra e morre. 
 
Das Cruzadas sangrentas ao holocausto atroz, 
Ecoa a insanidade em cada decisão, 
De ideais distorcidos, da guerra à traição, 
Ergue-se um grito, uma amarga e rouca voz. 
 
Mas não é só nos grandes feitos e flagelos, 
Que a loucura dança sua dança vil, 
Ela habita também no cotidiano sutil, 
Nos olhos que fitam espelhos, vazios e belos. 
 
E assim segue a história, num ciclo cruel, 
Onde o humano se perde em sua própria mente, 
Onde o ódio cega, o amor se torna ausente, 
E a loucura tece seu eterno anel. 
 
Mas há esperança na vastidão desse delírio, 
Pois mesmo na escuridão há um fio de luz, 
Que guia a razão, que os sonhos conduz, 
E resgata o humano do mais profundo martírio. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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