Reside a semente de uma estranha flor,
Que brota em meio ao caos e ao clamor,
E, aos poucos, sua raiz se expande e emana.
No rastro do tempo, na areia que escorre,
Há traços de sombras, desespero e dor,
De reis e tiranos, de poder e horror,
Onde a razão, por vezes, se desdobra e morre.
Das Cruzadas sangrentas ao holocausto atroz,
Ecoa a insanidade em cada decisão,
De ideais distorcidos, da guerra à traição,
Ergue-se um grito, uma amarga e rouca voz.
Mas não é só nos grandes feitos e flagelos,
Que a loucura dança sua dança vil,
Ela habita também no cotidiano sutil,
Nos olhos que fitam espelhos, vazios e belos.
E assim segue a história, num ciclo cruel,
Onde o humano se perde em sua própria mente,
Onde o ódio cega, o amor se torna ausente,
E a loucura tece seu eterno anel.
Mas há esperança na vastidão desse delírio,
Pois mesmo na escuridão há um fio de luz,
Que guia a razão, que os sonhos conduz,
E resgata o humano do mais profundo martírio.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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