quinta-feira, 18 de março de 2021

Nas caladas do silêncio

Sempre existirá um lugar secreto na alma 
Onde os pensamentos serão livres para voarem 
Os infinitos do universo 
Na busca incessante do olhar apaixonado 
Do primeiro amor inesquecível. 
Tudo pode ser compreendido em um único momento 
Quando a alma deixa-se permitir 
Sentir a brisa do alvorecer 
Depois de uma noite silenciosa. 
Nas caladas do silêncio 
Ouve-se o sussurrar da voz tão singela 
Que aquece o coração aflito 
Pela saudade e solidão de outrora. 
Sente o arrepio tão comum 
Aos apaixonados de primeira viagem 
E pensava, então, o amor ser para sempre 
Quando, na verdade, nem mesmo sabe se um dia existiu. 
Anela-se pela liberdade de um tempo 
Que se perdeu na ausência de seus olhos 
Onde desejava ter sido criança para sempre 
A brincar pelos campos solitários na primavera. 
Agora tudo faz parte de um passado 
Que sufoca nas horas mais sombrias 
Quando sente o frio da solidão 
Percorrer todo o seu ser 
Fazendo-o perceber que só resta para ele 
Tentar imaginar um dia feliz 
Nas caladas do silêncio que jaz agora. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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