segunda-feira, 22 de março de 2021

Flagelos

O corpo é dilacerado pelo sofrimento 
A pele é arrancada sem piedade 
E querem me convencer de uma verdade tão irreal 
Quando o sol de cilício na madrugada. 
São monstros impiedosos 
Crápulas de um mundo invisível 
Onde andam as espreitas pelos becos escuros 
Na tentativa sádica de sugar sangue alheio. 
Vampiros, lobisomens e outros monstros 
Que vivem nas penumbras das cidades 
O mundo coberto por uma nuvem escura 
E gotas de uma chuva ácida que não para de cair. 
Somos o caos de uma sociedade em ruínas 
Flagelos 
Corpos atirados pelo chão 
E vidas ceifadas pela boca insaciável do abismo. 
Calar-me-ei se não puder olhar 
Com medo de ser atingido 
Pelos dardos malignos dos demônios 
Que deslizam sorrateiramente pelas paredes. 
Ouvem-se os gritos nos porões 
Torturam os corpos dos hereges 
Na esperança inútil de salvar suas almas 
Quando ninguém pode ser salvo da barbárie desoladora. 
Vejo o caos 
Os flagelos 
A falta de escrúpulos 
Dos que poderiam fazer algo pela sociedade. 
Deixo-me descansar desta angústia 
O mundo não pode ser melhorado 
Não é o que querem 
Os que dominam a sociedade. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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