terça-feira, 23 de março de 2021

Pequenos ruídos de uma alma inquieta na manhã do tempo

Nem mesmo o silêncio de uma eternidade era capaz 
Nada poderia dispersar aqueles olhos insensíveis 
Que insistia em olhar para o vazio do infinito 
Na manhã silenciosa de uma primavera qualquer. 
 
Até os pássaros evitavam levantar voos rasantes 
Não desejavam ser atingidos pelas flechas da desilusão 
Ouvia-se o lamento de alguém que estava as escondidas 
E pequenos ruídos de uma alma inquieta na manhã do tempo. 
 
Disseram que ninguém poderia fazer nada para ajudar 
Uma vez que cada pessoa escolhe o seu próprio destino 
E quem era eu para dizer o contrário disso tudo 
Quando o mundo a sua volta parecia estar em erupção. 
 
Lanças de pratas cortavam os céus com violência 
E as borboletas tentavam sobreviver a fúria das rosas 
Em um jardim que tentava manter o perfume das flores 
Sem saberem que tudo não passava de uma ilusão perdida. 
 
Calou-se diante da magnitude dos sonhos desfeitos 
E imaginou uma outra realidade que parecia distante 
Sabia que a jornada seria longa e solitária 
Mas desejava alcançar aquela tal liberdade prometida. 
 
Cruzou os desertos escaldantes da solidão 
Sentia a alma sedenta pelo refrigério do amor 
Lutou contra os monstros imaginários de sua mente 
E viu além do horizonte a luz que tanto desejava. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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