terça-feira, 2 de março de 2021

Sozinho pelas nuvens da solidão

Eu até pensei que pudesse sorrir 
E cheguei a afirmar que não tinha medo 
Doce ilusão 
De um coração tão perdido 
Na linha imaginária do tempo que se foi. 
Perdido em pensamentos 
Deixou escapar a borboleta de sua mão 
Mas, isso foi bom 
Afinal, borboletas não devem ficar presas 
Elas precisam voar livremente. 
Isso é um consolo para a alma ferida 
E até me faz ter um alívio momentâneo. 
Eu só queria esquecer tudo isso 
Seguir em frente sem pensar no que passou 
Mas, isso é quase impossível de acontecer 
Porque onde quer que olho vejo você. 
Bem que eu poderia ter previsto essa solidão 
Haviam sinais por onde eu caminhava 
Mas eu não ligava para os sinais 
E nem dava ouvidos a voz do coração 
No fundo eu queria viver sozinho pelo mundo 
Sem depender de atenção de quem quer que fosse. 
A vida é misteriosa 
E não sabemos nada do que pode nos acontecer 
Nem imaginamos o pesadelo da noite escura 
E os monstros escondidos debaixo da cama. 
Tolo sou eu em não ouvir sua voz 
E achar que meu caminho quem fazia era eu mesmo 
Ah! Se soubesse metade do que sei hoje 
Eu teria ficado ao seu lado naquela tarde 
Não teria dado os passos em falso 
E contentar-me-ia em contemplar os seus olhos apenas. 
Onde você está agora? 
Dentro do meu coração há um vazio 
Uma dor que tortura o meu ser 
Tolo fui eu em te perder 
Sem saber que no final eu não iria esquecer 
Tudo que um dia foi tão lindo em minha vida. 
Resta-me olhar o crepúsculo dos sonhos 
E caminhar sozinho pelas nuvens da solidão. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Nenhum comentário:

Postar um comentário