sexta-feira, 12 de março de 2021

Sentimentos de outrora

Vozes silenciadas pelo tempo 
 Nos lugares vazios da existência 
E nem mesmo queriam parar para ouvir 
Só ouviam os sussurros nas janelas 
E nem percebiam as ciladas do passarinheiro. 
Buscavam glórias para si mesmo 
Sem saber que deuses de barros quebram um dia 
Os olhos foram furados pelas pragas 
E os vermes se deliciavam com suas carnes 
O esplendor de outros tempos 
Agora estavam espalhados com os destroços 
Poeiras e teias de aranhas. 
Em seu rosto agora encurvado pelo tempo 
O sentimento de outrora 
Lembravam as suas noites de orgias intermináveis 
Em meio as gritarias. 
Um dia tudo passa na vida das pessoas 
Nada dura para sempre 
Nem mesmo a maior das alegrias 
E deveria saber de tudo isso 
Era considerado um sábio pelos que o ouviam 
Quando, na verdade, não passava de um tolo moribundo 
Jogado às traças do destino 
Sozinho e sem esperança. 
De que adianta as lágrimas sentidas 
Se não há ninguém que possa ouvi-lo agora? 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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