quarta-feira, 12 de junho de 2024

Dez pragas terríveis

 Das terras de areia, o Egito a reinar, 
Levantou-se um clamor, um grito a ecoar. 
O faraó em seu trono, coração endurecido, 
Ignorava o pedido de um povo oprimido. 
 
Moisés, o profeta, em voz alta clamou: 
"Deixe meu povo ir", mas o rei recusou. 
Então o céu se abriu, a justiça a descer, 
Dez pragas terríveis, um povo a sofrer. 
 
Primeira praga: águas tingidas de sangue, 
Os rios corrompidos, o desespero no mangue. 
Peixes mortos flutuam, sede é o que há, 
Um aviso divino, mas o faraó não ouvirá. 
 
Segunda praga: rãs em grande profusão, 
Inundam palácios, não há salvação. 
Das camas aos pratos, uma visão atroz, 
Mas o coração do faraó segue feroz. 
 
Terceira praga: piolhos aos montes, 
Das cabeças ao chão, cobrem horizontes. 
Sacerdotes impotentes, sem magia ou poder, 
O orgulho do faraó ainda não quer ceder. 
 
Quarta praga: moscas em enxame, 
Zumbem nos ares, um tormento infame. 
A terra infesta-se de insetos fugazes, 
Mas o faraó ignora os clamores vorazes. 
 
Quinta praga: peste no gado, 
O rebanho adoece, um lamento calado. 
Cavalos e bois caem pelo chão, 
Mas no coração do faraó, nenhuma comoção. 
 
Sexta praga: chagas doloridas, 
Nos corpos surgem feridas incontidas. 
Homens e animais, em agonia e dor, 
Mas o faraó endurece, ignora o clamor. 
 
Sétima praga: fogo e granizo, 
Do céu descem pedras, num estrondo preciso. 
Destruição nos campos, colheitas arrasadas, 
Mas o faraó mantém suas palavras cerradas. 
 
Oitava praga: gafanhotos em nuvem, 
Devastam o verde, a fome retumba. 
Nada sobra nas lavouras, a terra esgotada, 
Mas o faraó, obstinado, não cede nada. 
 
Nona praga: trevas densas, 
Três dias de escuridão, noites intensas. 
O sol desaparece, um pavor sem fim, 
Mas o faraó persiste, no erro enfim. 
 
Décima praga: morte dos primogênitos, 
O grito é geral, de todos os lares aflitos. 
Um lamento profundo, por toda a nação, 
Finalmente, o faraó solta a mão. 
 
O povo de Israel, enfim liberto, 
Parte do Egito, deserto aberto. 
Dez pragas ficaram, lições no passado, 
Um caminho traçado, um destino marcado. 
 
Mas a história ressoa, além do que é visto, 
Sobre orgulho e poder, um testemunho escrito. 
Que a justiça divina, cedo ou tarde, virá, 
E um coração endurecido, ela quebrará. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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