Em um suspiro, o desejo se vai,
Como um sonho que se esvai na alvorada.
A alma, que antes se enchia de paz,
Agora vaga, vazia, amargurada.
Era brilho, era chama, era luz,
Um farol em meio à escuridão.
Mas partiu, sem deixar sequer uma cruz,
Restando apenas a fria solidão.
Anseios que habitavam o peito,
Como estrelas, perderam seu fulgor.
No vazio que ficou, nada é perfeito,
Somente ecos de um antigo amor.
Os desejos que acabaram de partir,
Levando consigo a esperança.
Deixam rastros que insistem em ferir,
Como sombras de uma doce lembrança.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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