terça-feira, 30 de julho de 2024

Se você anda devagar

 Pode-se dizer muita coisa 
Mesmo estando em silêncio 
A pedra pode ficar sozinha 
A voz pode se ouvir ao longe 
O grito pode ser sufocado 
E o olhar mal interpretado 
Quando se não quer viver 
A vida não faz sentido algum 
E as borboletas podem deixar de voar 
Porque o sol não deixa de brilhar 
Se você anda devagar 
Pode ser atropelado 
Por aqueles que tem pressa ao caminhar 
Em direção ao destino incerto 
Na esperança de encontrar 
O que não pode ser decifrado 
No encontro de duas almas 
Que são feridas pelo tempo 
No tempo que não se faz nada 
Porque o nada é uma existência de tudo 
Que algum dia alguém desejou 
Se amou por um instante 
No instante em que o tempo parou. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

domingo, 28 de julho de 2024

Nem sempre se alcança o amor

O amor é o sonho que nem sempre se alcança, 
Um ideal que nos guia e nos orienta, 
Na busca incessante, a esperança, 
De um sentimento que nunca se isenta. 
É a flor que desabrocha e murcha, 
O sol que nasce e logo se põe na imensidão, 
A música que encanta e nos sufoca, 
Nos faz reinar e nos destrona sem razão. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

O paradoxo do amor

O amor é vasto, como o céu sem fim, 
Em suas asas, voamos, buscamos o além, 
Mas, em seu âmago, um paradoxo assim, 
Pois suas limitações, também se retém. 

Como o vento que acaricia e some, 
O amor nos toca, depois se desprende, 
Nos dá asas, mas captura nosso nome, 
Nos liberta, mas em seu laço nos prende. 

É a chama que aquece e também queima, 
É o mar calmo e a tempestade voraz, 
Nos eleva ao topo, mas nos apequena, 
Em seu doce abraço, nos faz incapaz. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

No amor a alma se liberta

Amar é caminhar por uma estrada infinita, 
Onde o horizonte é sempre tão bonito, 
Mas, mesmo assim, o coração acredita, 
Que em suas limitações, a vida siga o infinito. 

No amor, as limitações são infinitas, 
Mas é nele que a alma se liberta, 
Pois é no amor que a vida se cinge, 
E encontra a essência de sua meta. 

 Amar é aceitar o paradoxo da existência, 
É viver nas sombras e na luz, 
É saber que, mesmo em sua imensa ausência, 
O amor é o que nos conduz. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

A dor que a saudade crava

Nos teus braços encontrei, 
A paz que tanto buscava, 
Hoje tão longe, só eu sei, 
A dor que a saudade crava. 

 Trova: Odair José, Poeta Cacerense

sábado, 27 de julho de 2024

Mundo confiável?

As informações são distorcidas 
Não se pode acreditar mais no que dizem 
As reportagens são cheias de inverdades 
Quantas sacanagens há nos discursos 
Das mensagens fabricadas 
Para enganar, ludibriar e ofuscar a verdade 
Se é que a verdade, de fato, existe. 

O mundo da informação 
Da tecnologia 
Das redes sociais
Não é um mundo confiável. 

O grande irmão está observando você 
Com olhos bem abertos 
Seus passos são orientados 
Com mensagens distorcidas e fabricadas 
Para levar desinformação 
E fazer você acreditar que é bem informado 
Quando, na verdade, tudo que vê 
Não passa de uma tremenda manipulação 
De um sistema controlado. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 26 de julho de 2024

Os aventureiros no cemitério

Na pequena cidade de Lambari, 
Nos anos 80, era assim: 
Três garotos, em noite escura, 
Buscavam aventuras sem fim. 
 
Lira, Zoião e Dison, valentes, 
No cemitério resolveram entrar, 
Com coragem e lanternas na mão, 
Queriam histórias pra contar. 
 
Entre túmulos e sombras tenebrosas, 
O medo começava a ameaçar, 
Mas riam e faziam zombaria, 
Até um esqueleto avistar. 
 
Lá no canto, perto da capela, 
Um osso branco brilhou, 
Um esqueleto fora do túmulo, 
Na escuridão se mostrou. 
 
Dison gritou: "É assombração!" 
Zoião tremia sem parar, 
Lira, com olhos arregalados, 
Só queria dali escapar. 
 
Correram feito vento na mata, 
Esqueceram coragem e a lanterna, 
E o riso virou um grito, 
Naquela noite fria e eterna. 
 
Voltar nunca mais ao cemitério, 
Os garotos decidiram então, 
E a história do esqueleto fora do túmulo, 
Virou lenda de assombração. 
 
E assim na pequena Lambari, 
A coragem deu lugar ao temor, 
Mas as risadas de três garotos, 
Ecoam na noite, seja onde for. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 25 de julho de 2024

O mapa pelos labirintos

 Gosto de pensar sobre a vida  
Os acontecimentos  
O voo da borboleta e o canto dos pássaros  
Que percorrem o meu pensamento  
Ativa a minha imaginação  
E me faz navegar novos oceanos  
Voar além das mais altas nuvens  
Em busca de respostas  
Que nem sempre consigo  
Porque está sempre muito acima das minhas perguntas.    
 
Eu amo caminhar pelos labirintos  
Os meus pensamentos ilimitados  
São os meus mapas pelos labirintos da imaginação  
Onde percorro os caminhos nunca trilhados  
Pulo os muros que tentam me separar  
Ando sobre as pontes que me ligam ao infinito  
E busco conhecer além do óbvio  
Muito além do que já pensaram os homens comuns.    
 
Esse caminho não é uma jornada fácil  
Exige muita dedicação  
Horas e horas no mundo da imaginação  
Longe das atratividades passageiras  
Que impedem a alma superior de alcançar a sua liberdade  
É preciso fugir da ociosidade  
Sair da zona de conforto  
E trilhar um caminho espinhoso e cansativo  
Que nem sempre é favorável.    
 
De toda forma, porém, é maravilhoso  
O caminho da imaginação  
É algo sublime quando você pode pensar  
E voar livremente em direção ao infinito da mente  
Quando você consegue sair do chão  
Se libertar das amarras das incertezas cotidianas  
E alcançar a sublime sensação da liberdade  
Do mundo que podemos criar na mente  
E sentir no aconchego do coração.    
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 24 de julho de 2024

Vivo da saudade que sinto

 Quando os olhos já não contemplam 
A vida que se esvai 
A solidão invade a alma 
De quem amou demais. 
O sorriso já se foi 
A tristeza faz companhia. 
O olhar, outrora lindo, 
Reflete, agora, sofrimento. 
O erro não foi te amar demais 
O erro foi não saber demonstrar. 
As situações da vida corriqueira 
Fez o amor se ofuscar 
E, escondido, não soube se expressar 
A forma simples de amar. 
A minha luta é esquecer 
Mesmo sabendo que é difícil 
Um amor que nos fez tão bem 
Não poderia terminar assim. 
Vivo da saudade que sinto 
Sustentado pela esperança 
De um dia você voltar 
Para alegrar minha vida de criança. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 23 de julho de 2024

Querer estar longe

 Eu poderia querer estar longe, tão longe 
Que nenhum olhar pudesse me ver, 
Desejaria vagar por campos infinitos, 
Onde a solidão não me fizesse sofrer. 
 
Existe um lugar onde o vento sussurra segredos, 
Mesmo nas terras do silêncio desse vento 
Onde as sombras se alongam, 
E o tempo, sereno, se desfaz com o tempo. 
 
É nesse lugar que caminho por trilhas esquecidas, 
Sob céus de um azul que não tem explicação, 
Buscando uma essência que foi perdida, 
Dando vida a um sonho que vive no coração. 
 
Desejo percorrer as montanhas distantes, 
Ouvir de forma esplêndida o eco da alma vazia, 
Ser livre, no vasto horizonte, que se apresenta 
Onde a solidão se transforma em poesia. 
 
Na verdade eu quero estar longe, tão longe, 
Que o mundo a minha volta se torne memória, 
Onde eu possa, enfim, ser livre como o vento, 
E sonhar com o silêncio da minha história. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 22 de julho de 2024

Hipnotizado

 Olhos que hipnotizam, profundo olhar, 
Na memória fixos, impossível não notar, 
Brilho intenso, como estrela a brilhar, 
É esse olhar, que jamais vou olvidar. 
 
Refletem segredos, histórias sem fim, 
Mistério que encanta, que prende a mim, 
Em cada piscar, um mundo a surgir, 
E eu, perdido, sem saber como sair. 
 
Olhar que fala, sem uma palavra dizer, 
Emoções reveladas, impossíveis de conter, 
Como um imã, puxando-me para perto, 
De um jeito intenso, avassalador e certo. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Não posso imaginar

 Impossível esquecer, mesmo se eu tentar, 
A chama que queima, no fundo do olhar, 
Viver sem esse brilho? Não posso imaginar, 
Pois são esses olhos que me fazem sonhar. 
 
Trova: Odair José, Poeta Cacerense

domingo, 21 de julho de 2024

Por onde ando agora

Esse singelo encontro 
Que em meu sonho aconteceu 
Tirou-me a paz 
Mostrando-me um amor que nasceu. 

Seus olhos meigos 
Que invadiram minha alma 
Fizeram-me viajar em silêncio 
E tirou-me a calma. 

Por onde ando agora 
Carrego em mim o desejo 
De ter você em meu braços 
E, em minha boca, o seu beijo. 

Esse singelo encontro 
Tirou minha tristeza e solidão 
Hoje só sei pensar em você 
E seu olhar vive em meu coração. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sábado, 20 de julho de 2024

Aqui deitarei o meu reinado

Quem são aqueles que tem os olhos 
Eternamente fechados para o mundo? 
Os que não conseguem enxergar a verdade 
E ofuscam a visão dos que desejam? 
Quem são os tolos que se vangloriam 
De loucas obsessões não permitidas 
E que espalham o terror por onde passam? 

É triste quando um garoto descobre 
Que para se viver no deserto 
Terá que se tornar o seu senhor absoluto 
E esconder as suas angústias até o fim 
Porque de outra forma será devorado 
Pelas víboras que espreitam as escondidas 
Desejando apenas injetar o seu veneno mortal. 

Do alto dos magníficos arranha-céus 
Alguém grita com voz de trovão: 
- Aqui deitarei o meu reinado 
E aqui tombarei o meu jazigo 
Enquanto em outros diversos lugares 
Muitos estão com os olhos eternamente 
Fechados para o mundo que os cercam. 

O que eles não sabem ou não descobriram 
É que o poder único é insubstituível 
E não existem tapetes peçonhentos ao chão 
Quando se procura desvendar as verdades 
Das quais a maioria das pessoas se escondem 
E o mais trágico de tudo isso 
É cada uma delas deter o poder das alucinações. 

Diga o que quiser sobre a jornada dos heróis 
Mas não são possíveis sem a transpiração 
Sem os rituais divinatórios do poder 
A eterna zombaria da vida e da morte 
Que cada um carrega consigo na eternidade 
Quando criaturas se deita do outro lado 
Muitos percorrem os caminhos cercado de escuridão. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 19 de julho de 2024

As tramas sutis do amor

Na penumbra da noite serena, 
Onde os sonhos se entrelaçam com o luar, 
Há um sentimento que nos envenena, 
Uma chama que insiste em nos queimar. 

O amor, com suas tramas sutis, 
Desenha caminhos que não sei seguir, 
Incertezas que dançam gentis, 
Nos labirintos que tento emergir. 

É o riso e a lágrima, tudo num só, 
Uma dança incerta de puro desejo, 
Uma promessa que se desfaz em pó, 
Um coração que pulsa num lampejo. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Um mistério que seduz

Na dúvida que o amor impõe, 
Há um mistério que nos seduz, 
Uma busca que nunca se opõe, 
Um clarão de paixão que nos conduz. 

E assim navegamos, sem rumo certo, 
Nas águas turvas do sentir, 
Cada gesto, um destino incerto, 
Cada beijo, um futuro a eludir. 

Mas ainda que as incertezas pesem, 
E a névoa cubra o que está por vir, 
Há uma chama que em nós permanece, 
Um amor que insiste em existir. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 18 de julho de 2024

Saudade que sufoca

A saudade que em mim se faz presente, 
Como um peso que aperta o coração, 
É chama que arde, é dor, é solidão, 
E me envolve num abraço insistente. 

Cada lembrança é um suspiro ardente, 
Cada memória, um sussurro em vão, 
Procuro em vão, no silêncio, a razão 
Para acalmar essa dor persistente. 

O tempo passa, mas não há alívio, 
O peito chora, o olhar perde o brilho, 
Na alma, a saudade é cruel, dolorida. 

Quem dera encontrar paz nessa tormenta, 
Pois sem teu amor, a vida é cinzenta, 
E só resta a saudade que causa essa ferida. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Linda morena

Em meio à multidão, ela surge imponente, 
Linda morena de olhar tão cativante, 
Seu sorriso ilumina o ambiente, 
Encanto que enfeitiça a todo instante. 

Seus cabelos, noite escura e sedosa, 
Deslizam como o vento na brisa mansa, 
Sua pele, um tom de bronze gloriosa, 
Reflete a luz do sol que nela dança. 

Morena de beleza rara e singular, 
Teu andar é poesia em movimento, 
Cada gesto teu, um doce encantar, 
Despertando em mim um puro sentimento. 

Teu olhar, profundo como o oceano, 
Revela segredos de um mundo encantado, 
E em tua presença, me sinto soberano, 
Por ter a chance de estar ao teu lado. 

Linda morena, estrela do meu céu, 
Fonte de inspiração e de desejo, 
Teu nome, guardo em mim como um troféu, 
Pois és a musa dos meus sonhos e ensejos. 

Em cada verso, teu encanto eu exalto, 
Morena, flor de rara e eterna beleza, 
És a melodia perfeita do meu canto, 
Símbolo sublime de toda a natureza. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 17 de julho de 2024

Arautos da ignorância

Algumas perguntas não trazem respostas 
Porque há buracos que dão no fundo do abismo 
Existem achados na perdição? 
A fé pode ser a extinção de todas as crenças? 
Alguns profetas de ilusões pregam inverdades 
Que transformam a sociedade 
Em marionetes controladas por hipócritas. 

Longas conversas dentro de cabeças vazias 
Um perigo constante para a humanidade 
A violência de se estar perdido 
Em meio a grande multidão que trilha 
Os becos escuros da ignorância 
Todos aqueles que não estudaram as provas 
Que estão nos campos de concentração. 

Todas as escolas no caminho são miragens? 
Algumas podem ser apenas obstáculos 
Esfinges envelhecidas de olhares sorrateiros 
Ou apenas abrigar os arautos da ignorância 
O que não tem muita importância 
São aqueles tantos de palavras erradas 
E os de vozes quietas que estão escondidos. 

Pode ser que algum dia ainda aconteça 
De os amaldiçoados brilharem como estrelas da manhã 
Que raios despedacem os cérebros impassíveis 
Daqueles que mantém longas e longas conversas 
Com sua longínquas sombras perdidas no tempo 
Dementes demoníacos solitários em sua solidão 
Escondidos nas páginas desoladas dos livros perdidos. 

Existe um deserto nas costas do poeta 
Que percorre caminhos cheios de simbolismos 
Que percorre labirintos oníricos que jamais acordam 
E nunca se cansa de ter esperança 
Como se não bastasse a solidão do mundo inteiro 
É preciso viver junto as fontes rotas de sabedoria 
Que os tolos insistem em continuar com os olhos fechados. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 16 de julho de 2024

A poesia para os tristes

Para os tristes, a poesia é um refúgio profundo, 
Um lugar onde o sofrimento encontra novo mundo. 
Um espaço sagrado onde se pode chorar, 
E encontrar nas palavras um jeito de respirar. 
 
Cada rima é um afago, cada estrofe, um abraço, 
A poesia é um ombro amigo no cansaço. 
Ela transforma lágrimas em rios de inspiração, 
E faz da tristeza uma fonte de criação. 
 
Na penumbra da alma, onde a luz não alcança, 
A poesia é um farol, uma tênue esperança. 
Para os tristes, ela é abrigo que satisfaz, 
Um lugar onde o coração pode encontrar paz. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 15 de julho de 2024

A mensagem do amor em seus enredos

Em manhãs douradas de luz serena, 
Quando a brisa sussurra segredos, 
Há um pássaro que traz, em seu bico, 
A mensagem do amor em seus enredos. 
 
É preciso deixá-lo voar livremente, 
Com asas abertas no céu infinito, 
Pois só assim o coração, radiante, 
Entende o amor em seu sincero grito. 
 
Nas manhãs prediletas, de cores vivas, 
O pássaro canta doces melodias, 
E em cada nota, sonhos tão reais, 
Mostrando que o amor é feito de poesias. 
 
Não o prenda em gaiolas de medo, 
Deixe que voe, que encontre o seu ninho, 
Pois o amor, em seu doce acontecer, 
Só floresce quando é livre, sozinho. 
 
Permita que suas asas toquem o infinito, 
Que explorem horizontes de esperança, 
Pois no voo do pássaro, tão fiel, 
Encontra-se a essência da verdadeira bonança. 
 
Em cada amanhecer, deixe que o amor 
Voe livre, com destemido fervor, 
E nas manhãs prediletas, com seu calor, 
Descubra a beleza do eterno esplendor. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

domingo, 14 de julho de 2024

A loucura da verdade

Na busca ardente da verdade pura, 
Desvenda-se o véu da alma inquieta. 
Louca, a mente vaga, não interpreta 
Se o que vê é real ou vã pintura. 

A razão se perde em tal aventura, 
Nas sombras que a mentira manifesta. 
O coração, aflito, já protesta, 
Mergulhado em um mar de amargura. 

Mas na loucura há vislumbres de luz, 
Verdades que a sanidade oculta, 
Revelam-se ao espírito que seduz. 

Na linha tênue entre o caos e a cura, 
Descobre-se a essência que resulta 
Na paradoxal e insana usura. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Tudo o que desejei

Desejei as estrelas no céu do infinito, 
Em sonhos brilhantes, um desejo bonito. 
Desejei o mar em sua vastidão, 
Ondas que dançam em suave canção. 

Desejei o vento que acaricia, 
Soprando segredos, em suave poesia. 
Desejei os campos em flor, 
Colorindo a vida, trazendo amor. 

Desejei o abraço de um amigo, 
Calor e conforto em qualquer abrigo. 
Desejei o riso de uma criança, 
Pureza e alegria, doce esperança. 

Desejei o sol ao amanhecer, 
Novo dia, nova chance de viver. 
Desejei a lua a iluminar, 
Mistérios da noite a revelar. 

Desejei a paz em cada coração, 
Unindo o mundo em uma só canção. 
Desejei o amor em sua plenitude, 
Sentimento puro, em singela quietude. 

Desejei a vida em toda a sua cor, 
Momentos simples, cheios de fervor. 
Desejei, enfim, a felicidade, 
Encontrá-la em cada simplicidade. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sábado, 13 de julho de 2024

Palavras escritas para os perdidos

Palavras escritas fluem pelas veias 
São essências da vida e o vazio é eliminado 
Quando se sabe ter as palavras certas 
Que podem despertar os ignorantes 
E levá-los as alturas da imaginação 
Além do escuro das cavernas que viviam 
Porque alguns fantasmas ficaram pelos becos vazios. 

Existe um entorpecimento em diversas pessoas 
Mentes enfumaçadas de ópio e crendices 
Crenças capazes de ruir os sonhos dos cidadãos 
Paranoia de ilusões que paira nestes dias 
No ar que todos somos obrigados a respirar 
Sem saber que nada é uma mera ficção 
Mas apenas uma sombra gigantesca da realidade. 

Pode ser que a imortalidade esteja a caminho 
Mas quem pode acreditar piamente nessa história 
Quando não se enxerga o caminho 
Os passos são sempre de grandes indecisões 
Em algum lugar escondido sempre tem 
Uma grande serpente que segue engolindo verdades 
Bem diante de nossos olhos cegos pela ignorância. 

Conta-se de uma lenda antiga incrível 
De que os deuses morrem se não souberem dançar 
E tem aqueles que acreditam nas histórias 
Escritas nos livros para os perdidos 
Porque dizem que são palavras impressionantes 
Oráculos que predizem o futuro com precisão 
E não escondem as verdades que devem ser proferidas. 

Afirmam os profetas das desilusões 
Os que percorrem as cidades opulentas e sujas 
Que o buraco dá sempre no fundo do abismo 
Mas quase ninguém dá ouvidos a eles 
Então o tolo desce da montanha com algumas previsões 
E destilam as suas reflexões milenares 
Convencendo os sábios de que estão errados. 

Nunca haverá tantas perguntas perturbadoras 
Quanto as que indagam sobre a existência 
Como pode ser assim as nossas inquietações? 
Quem pode esconder a sua dor e o seu sofrimento? 
Até quando você pode suportar essa afronta? 
Alguns tem os seus olhos desfocalizado 
Enquanto existem palavras na boca de um solitário. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 12 de julho de 2024

Amanhã, quem sabe?

Hoje, a tristeza pesa no peito, 
Nuvens escuras ofuscam o olhar, 
Mas amanhã, quem sabe o que vem? 
O sol pode voltar a brilhar. 

Hoje, lágrimas deslizam silenciosas, 
A alma busca um alento, um carinho, 
Mas amanhã, quem sabe o que vem? 
Sorrisos podem surgir, alegrar o caminho. 

Hoje, o coração sente-se perdido, 
O medo e a dúvida fazem morada, 
Mas amanhã, quem sabe o que vem? 
A esperança pode ser renovada. 

Hoje, a noite parece interminável, 
A solidão parece reinar, 
Mas amanhã, quem sabe o que vem? 
Novas estrelas podem no céu brilhar. 

Sentimentos mudam, como o vento, 
Num instante, tudo pode transformar, 
O hoje pode ser de lamento, 
Mas o amanhã, de novo, pode encantar. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 11 de julho de 2024

O tempo faz esquecer

No jardim do tempo, as flores desvanecem, 
Memórias vívidas, suaves, esmaecem. 
O vento passa, leve, acaricia, 
Soprando lembranças, levando a agonia. 
 
No espelho d'água, reflexos de outrora, 
Vagas imagens que o tempo devora. 
Cada segundo, um grão de areia, 
Escorregando entre os dedos, desaparece na teia. 
 
O coração que outrora pulsava forte, 
Encontra no tempo seu amparo, sua sorte. 
As cicatrizes, marcas de uma era, 
Suavizam-se, tornam-se quimeras. 
 
A dor intensa, que o peito rasgava, 
No abraço do tempo, lentamente acalmava. 
As lágrimas, rios de saudade, 
Secam aos poucos, na brisa da verdade. 
 
O amor que se foi, o riso esquecido, 
Nas brumas do tempo, tornam-se mito. 
E o que restou, o eco distante, 
Desaparece na névoa, constante. 
 
O tempo, sábio e silencioso, 
Transforma o tormento em sonho nebuloso. 
E assim, o coração pode renascer, 
Pois o tempo, ah, o tempo faz esquecer. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense