sábado, 31 de agosto de 2024

Entrevista com o Poeta Cacerense

Assista na íntegra uma entrevista com o Poeta Cacerense ao Programa Palavra Literária na TV Assembleia MT



sexta-feira, 30 de agosto de 2024

A melodia do poeta

Na penumbra da noite, ele se revela, 
O poeta, de alma etérea e sublime, 
Tessituras de sonhos em versos singelos, 
Em cada palavra, um universo define. 
 
Sua essência vaga por mundos distantes, 
Onde o amor e a dor se entrelaçam no ar, 
Com a caneta, desenha horizontes brilhantes, 
No papel, deixa a alma a dançar. 
 
Cada rima é um suspiro da alma ferida, 
Cada estrofe, um pedaço do seu coração, 
Transborda em metáforas a sua própria vida, 
Transformando a tristeza em pura criação. 
 
O poeta, artesão do inefável sentimento, 
Cava fundo nos abismos da emoção, 
Sua alma, um espelho do firmamento, 
Reflete o infinito na mais pura expressão. 
 
E assim, nas linhas que o tempo não apaga, 
Sua alma sublime se eterniza em poesia, 
Num cântico que à eternidade se entrega, 
O poeta vive, na palavra, sua melodia. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 28 de agosto de 2024

A vida segue o seu curso

Havia um brilho no olhar que fora ofuscado 
Pela lágrima que teimosamente 
Insistia em escorrer pela face silenciosa 
Naquela tarde de primavera. 
Nem mesmo as flores a exalar perfume 
E as borboletas coloridas a voarem 
Poderia alegrar aquele coração dorido. 
Uma dor silenciosa tomava conta da alma 
Que relutantemente tentava livrar-se da ilusão 
Causada pela despedida. 
O amor que sempre buscou 
E que, por um instante acreditou ter encontrado, 
Saiu pela porta sem olhar para trás. 
Havia só o silêncio 
Depois que a viu dobrar a esquina. 
Ao perceber tinha caminhado até o jardim 
E ali permanecera até anoitecer. 
Olhou, então, para as estrelas 
Que no céu dava seus primeiros sinais 
Um suspiro fundo 
E a esperança de uma vida nova. 
Na solidão do tempo 
Imaginou o brilho daquele olhar 
Que outrora estivera tão perto 
E a lembrança dos dias bons 
É a força da caminhada. 
A vida segue seu curso, 
Assim como os rios serpenteiam as montanhas 
Até chegar ao mar, 
Um dia encontrará o amor 
E novas formas de amar. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 26 de agosto de 2024

Porque te amo

Por mais que se procure uma definição 
É impossível descrever tal sentimento 
Um amor que se move no coração 
E não sai do meu pensamento. 
 
Desde o dia em que descobri na primavera 
Seus lindos olhos a brilhar 
Uma paixão tomou conta da minha vida 
E hoje eu só sei em ti pensar. 
 
Perguntas porque te amo 
Mas é difícil responder 
Pois o sentimento que sinto por você 
Não é fácil descrever. 
 
Amo-te porque você é linda 
Por que tem na alma uma magia 
Que transforma os dias tristes 
Na mais perfeita alegria. 
 
Amo-te porque tem um sorriso encantador 
Que alegra a minha alma 
Mesmo nos dias de incertezas 
Ele me transmite a perfeita calma. 
 
Amo-te porque é o amor 
Que sempre quis para mim 
É a flor que alegra meus dias 
Nesse magnífico jardim. 
 
 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

domingo, 25 de agosto de 2024

Os estranhos

Lembra quando éramos crianças 
E parecia que o mundo pertencia a nós? 
Aqui estou eu, meu velho amigo, 
Com os olhos e o coração aberto 
Sabedor que não existe essa realidade 
Que o mundo não pertence a ninguém 
E que somos totalmente estranho por aqui. 

Você pode entender o que eu digo? 
Você vai estar aqui quando pensar que não está 
É nisso que resume a coisa toda 
O fato de sermos estranhos em meio a multidão 
Morremos e renascemos e abrimos os olhos 
E estamos em meio a essa escuridão 
Andando sozinhos pelas ruas abarrotadas. 

Acredita que cada passo seu está sendo vigiado? 
Cada pensamento seu está sendo controlado? 
Se não acredita e pensa que é livre 
Você não passa de mais um imbecil conformado 
No fundo todos os hinos e canções 
São feitos para controlar a sua mente 
E ter acesso as suas preferências. 

Já pensou nas promessas que fazemos a nós mesmos 
E nunca temos tempo para cumpri-las? 
Em algum lugar solitário por ai 
Haverá uma próxima garota e uma próxima dose 
Alguém vai proferir um discurso inflamado 
E uma multidão o seguirá sem saber para onde 
Porque é sempre assim que acontece. 

Estranhos em uma sociedade estranha 
Caminhamos para um destino tão incerto 
Você está aqui, não por muito tempo, mas você está aqui 
E quem pode dizer que poderia estar em outro lugar? 
Essa é a grande angústia dos pensadores 
De que poderia descobrir a verdade da existência 
Mas apenas descobre-se que nada passa de ilusões. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sábado, 24 de agosto de 2024

O homem de barro

Quando se perde uma coisa importante 
A voz da perda paira nos ares do esquecimento 
Nuvens silenciosas voam lentamente na memória 
E trovões ecoam nos corações humanos 
Revelam sempre a angústia do que não conseguimos manter 
Porque os mortais sempre insistem nos erros 
Sem perceberem que se arrependerão. 

É terrível quando não se sabe exatamente 
Até onde vai o limite da imaginação 
E permitem que os pensamentos voem sem destino 
Que percorram caminhos nunca imaginados 
Sem saberem que talvez nunca voltem de lá 
E que a criação pode ser apenas uma paranoia 
Um mundo selvagem e cheio de incógnitas. 

 Apenas um minuto é suficiente para mudar tudo 
Um segundo para se moldar o infinito 
E não conhecemos a reação de ninguém 
Não sabemos os significados dos símbolos 
Nem entendemos suficientemente os seus parágrafos 
E tudo isso continua sendo muito confuso 
Paradigmas em um mundo caótico e em ebulição. 

 Eu falo de um grande inconformismo 
Que percorre os corredores secretos de corporações 
Lugares rotos cheio de ratos violentos 
Testemunhando a natureza humana e seus vícios 
Tendo a imagem embaçada do que podemos fazer 
Enquanto ficam entocados em sua fúnebre oca 
O mundo é destruído pela ganância de ambiciosos. 

 Pergunta-se se o homem de barro é eterno 
E as respostas são mais confusas do que imaginamos 
As ruínas da Grécia Antiga são provas vivas 
De que o tempo é capaz de mudar as coisas 
E não se encontra muita coisa dentro dos jazigos 
Nem mesmo as vagas lembranças de dias ruins 
É capaz de responder as perguntas escondidas no tempo. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 23 de agosto de 2024

Terra de silêncios

Eram ventos de mares distantes, 
Velas brancas o horizonte a cortar, 
Na terra que já pulsava em cores, 
Chegaram os passos pesados, explorar. 
 
Os rios cantavam segredos antigos, 
As florestas guardavam espíritos vivos, 
Mas os olhos que vinham de longe 
Não viam a alma, só o ouro, dos nativos. 
 
Desceram com cruzes e espadas, 
A língua afiada, numa estranha canção, 
Desfiaram em sangue a história contada, 
Negaram à terra sua própria oração. 
 
E o que era vida, dança e memória, 
Virou poeira sob a marcha do aço, 
Esqueceram que em cada rosto pintado, 
Havia um mundo, um sonho, um singelo traço. 
 
Mas a terra guarda seus sussurros, 
Nas veias do tempo, nas pedras, no chão, 
E quem sabe, um dia, as vozes caladas 
Ressurjam mais fortes em renovação. 
 
No silêncio imposto, brota a resistência, 
Nas sombras da história, a verdade persiste, 
Pois o espírito da terra é antigo, é eterno, 
E em cada grão de areia, a lembrança resiste. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense 
 
Obs. Este poema tenta refletir sobre a chegada dos europeus na América, o impacto da conquista e a resistência silenciosa, mas duradoura, das culturas nativas.

terça-feira, 20 de agosto de 2024

A noite é longa

Dormir e acordar em uma cama vazia, 
O silêncio envolve, a alma arrepia, 
Os lençóis frios, sem o calor de um corpo, 
O relógio marca o tempo, mas sem conforto. 
 
O travesseiro guarda sonhos solitários, 
E os suspiros ecoam, tão temporários, 
A lua espreita pela janela entreaberta, 
Enquanto a saudade, no peito, desperta. 
 
A noite é longa, o sono é vagaroso, 
A mente se perde em um mar nebuloso, 
Mas o amanhecer chega, e a luz se revela, 
E no vazio da cama, a esperança de ver ela. 
 
Um novo dia nasce, promessas ao vento, 
Mesmo na solidão, há paz no momento, 
Pois a cama vazia, apesar da saudade, 
É um lembrete sutil da própria liberdade. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

domingo, 18 de agosto de 2024

No abraço do desejo

No abraço do desejo, a chama acesa, 
Arde a vida, intensa, sem medida, 
Entrelaçados, corações sem destreza, 
Dançam no fim, com temor da partida. 

Os lábios tocam o eterno agora, 
Onde o tempo é pó, perdido no vento, 
E o desejo, que jamais se evapora, 
Abraça o corpo, finda o momento. 

Em cada suspiro, um último alento, 
O querer sussurra, suave e profundo, 
No calor da paixão, morre o lamento, 
Renasce o amor, no silêncio do mundo. 

Morrer assim, no clímax de um sonho, 
Abraçado ao desejo, sem despedida, 
Deixa na alma um brilho risonho, 
Ecoando eterno, no limiar da partida. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Quando o meu desejo te encontra

Quando o meu desejo te procura, 
Nas noites calmas e solitárias, 
Ele vagueia como brisa suave, 
Em busca do teu calor, tua presença. 

Ele te chama em silêncio, 
No espaço entre os suspiros, 
Nos cantos do coração, 
Onde só teu nome ecoa. 

Cada pensamento é uma chama, 
Que arde e ilumina o caminho, 
Que me leva até a ti, 
Onde quero me perder. 

Quando o meu desejo te encontra, 
Tudo se torna paz e tempestade, 
Um abraço do destino, 
Um encontro de almas na eternidade. 

E então, no brilho dos teus olhos, 
Eu vejo o reflexo do meu anseio, 
E sei que não há lugar no mundo, 
Onde eu prefira estar, senão ao teu lado. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Intimidade

Íntimo. 
Profundo e sedutor foi aquele momento 
Em que seu corpo 
Revelou-me a sedução. 
Intimidade 
Que calafrios fez-me sentir 
Na ansiedade do prazer 
A invadir meu coração. 
Quais pétalas de rosas 
Soltas ao vento 
Seu corpo maravilhoso 
Invade meu pensamento. 
O ápice da felicidade 
Encontrei na sua intimidade. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 16 de agosto de 2024

Tudo pode ser o fim

Bem que eu poderia ficar em silêncio 
Nem dizer nada do que sinto agora 
Mas seria injusto comigo mesmo 
Guardando algo que não me traz nenhuma paz 
E não quero que seja assim 
Por isso deixo o meu coração dizer 
Que ele fale o que pensa 
Que ele exprima o que sente 
Que ele se cale se quiser 
Mas que ele faça isso e não eu. 
 
Tudo pode ser o fim 
Quando não sabemos o início 
Quando não conhecemos os desejos 
E as ilusões são perdidas para sempre 
O coração pode deixar de sofrer 
De buscar respostas para suas perguntas 
E ficar apenas sozinho em seu canto 
Esperando que tudo se resolva 
Quando na verdade isso não acontece. 
 
O sonho é capaz de nos acordar 
De nos mostrar coisas novas 
A imaginação nos conduz 
Ao infinito do desconhecido 
E nos faz perceber que o tempo 
Não faz sentido algum para quem está perdido 
Para quem não sabe o caminho 
Mas que deseja chegar em algum lugar 
Porque a esperança sempre se renova. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 15 de agosto de 2024

Eu deveria ter segurado em suas mãos

Nesse longo tempo 
Em que seus olhos me guiaram 
Não consegui ver direito. 
O brilho do seu olhar ofuscou minha visão 
E eu vacilei. 
Quando você olhou nos meus olhos 
E de seus lábios a sentença saiu 
Não é você, sou eu! 
Eu sabia que meu destino estava selado. 
Meus pés vacilaram 
Meu coração sentiu 
E eu chorei a saudade que já sentia. 
Um abismo se abriu sob meus pés 
E a solidão entrou sem bater na porta. 
A música que tocava 
É a mesma que ouço agora 
Mas, não tem mais o encanto 
De quando ao seu lado eu a ouvia. 
Eu deveria ter segurado em suas mãos 
E caminhado ao seu lado 
Como se o amanhã nos pertencesse! 
Deveria tê-la ouvido um pouco mais 
Enviado flores 
E não pensado só em mim. 
Se isto não fosse suficiente, 
Não me sentiria o tolo de agora. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 14 de agosto de 2024

Nos espelhos do mundo

A existência humana é um fio tênue, 
Tecida em mistério e incerteza, 
Entre o nascer e o findar do tempo, 
Uma busca incessante por sentido. 
 
Caminhamos por estradas sinuosas, 
Com esperanças e medos entrelaçados, 
Procurando na vastidão do universo 
A razão para sermos, para estarmos. 
 
Nos espelhos do mundo nos vemos, 
Rostos marcados por dores e sonhos, 
Carregando nos ombros as escolhas 
Que moldam o nosso destino incerto. 
 
Há dias de sol e noites de sombra, 
Em que o coração se perde no silêncio, 
E na vastidão do pensamento, 
Perguntas se erguem como montanhas. 
 
 Quem somos, de onde viemos, 
Para onde vamos ao fim do caminho? 
Respostas dançam como fantasmas, 
Esquivas, na penumbra do existir. 
 
Mas há beleza na dúvida, 
Na jornada que nunca se finda, 
Pois na busca reside o encanto, 
E na incerteza, a essência da vida. 
 
Cada passo, uma chance de criar, 
De amar, de aprender, de transformar, 
E ao fim, talvez o segredo seja 
Viver, simplesmente, o agora. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 13 de agosto de 2024

O tempo

Tempo é instante, 
ponto em movimento, 
sopro e silêncio, 
um eterno momento. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 9 de agosto de 2024

A loucura humana na História

 No âmago profundo da mente humana, 
Reside a semente de uma estranha flor, 
Que brota em meio ao caos e ao clamor, 
E, aos poucos, sua raiz se expande e emana. 
 
No rastro do tempo, na areia que escorre, 
Há traços de sombras, desespero e dor, 
De reis e tiranos, de poder e horror, 
Onde a razão, por vezes, se desdobra e morre. 
 
Das Cruzadas sangrentas ao holocausto atroz, 
Ecoa a insanidade em cada decisão, 
De ideais distorcidos, da guerra à traição, 
Ergue-se um grito, uma amarga e rouca voz. 
 
Mas não é só nos grandes feitos e flagelos, 
Que a loucura dança sua dança vil, 
Ela habita também no cotidiano sutil, 
Nos olhos que fitam espelhos, vazios e belos. 
 
E assim segue a história, num ciclo cruel, 
Onde o humano se perde em sua própria mente, 
Onde o ódio cega, o amor se torna ausente, 
E a loucura tece seu eterno anel. 
 
Mas há esperança na vastidão desse delírio, 
Pois mesmo na escuridão há um fio de luz, 
Que guia a razão, que os sonhos conduz, 
E resgata o humano do mais profundo martírio. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 7 de agosto de 2024

Única memória sagrada

Aqui não se ouve quase nada 
Apenas há um silêncio 
Em algum lugar pássaros teimam em voar 
Sobre jardins velhos abandonados 
E eu apenas escrevo algumas rimas 
Tentanto esconder a saudade. 
 
Nada pode ofuscar um dia ruim 
Quando se sente uma saudade profunda 
Mesmo que os ventos levem as folhas 
O silêncio pode dizer alguma coisa 
Basta que ouça o sussurro 
E veja o que te trouxe até aqui. 
 
O tempo é sempre constante 
Nunca para e não observa 
Não importa o que está acontecendo 
O seu caminhar segue inadiável 
E com ele vai as lembranças 
E as boas memórias de algum amor 
Que não se acostumou a ficar. 
 
Em cada coração há uma espécie de dor 
Não pode ser profanada 
A única memória sagrada dos tempos bons 
Das lembranças alegres 
Dos dias mais difíceis que passou 
Do que ainda lhe trás esperança. 
 
Há um lugar no silêncio da alma 
Onde podemos descansar nossos olhos 
Um lugar reservado ao coração 
Um aconchego das ilusões 
E é nesse lugar sagrado e inviolável 
Que fica as melhores memórias de você. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 6 de agosto de 2024

Não falarei de amor

Caminhei por estradas sinuosas, escuras, 
Onde o sol se escondeu e a lua não sorriu. 
Cada passo era um fardo, um peso que não cedia, 
E a noite trouxe consigo uma amarga melodia. 
 
Não falo de amor, pois não há consolo, 
A despedida cravou em mim um abismo sem fim. 
Os dias passaram lentos, sem brilho ou cor, 
Cada amanhecer era uma lembrança do que perdi. 
 
Senti o vento frio que sussurrava adeus, 
Levando consigo sonhos, promessas não cumpridas. 
O tempo, esse carrasco implacável, 
Roubou-me a esperança, deixou-me sem abrigo. 
 
Os rostos ao redor são sombras vagas, 
Indiferentes ao meu pranto silencioso. 
Há um vazio onde outrora havia vida, 
Um eco de risos que agora são apenas ruídos distantes. 
 
Não há palavras para descrever o vazio, 
A dor que se instala e se recusa a partir. 
Despedidas são cicatrizes invisíveis, 
Marcas profundas de batalhas interiores. 
 
Não falarei de amor, pois o amor se foi, 
Deixou-me apenas a lembrança de uma felicidade efêmera. 
A dor da despedida é um grito sufocado, 
Um lamento que ecoa na noite sem fim. 
 
E assim sigo, carregando meu luto, 
Numa caminhada solitária, sem rumo certo. 
Não falarei de amor, pois ele se desfez, 
Restando apenas a sombra do que um dia foi. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Não fale de amor

Quero apenas estar em silêncio 
Viver o amanhã 
Sem me preocupar com as lágrimas. 
O amor já não está aqui 
O peito está vazio 
E o medo já não existe. 
Seus olhos ofuscam minha visão 
E quero me libertar 
Do sonho construído. 
Seja o que for 
Não quero mais me arriscar 
Nesse amor tão complicado. 
Sinto a distância tomar conta 
Mesmo estando junto de ti 
E meus sonhos buscarem outras formas. 
Não fale de amor comigo 
Já não quero nem saber 
O que poderia ter sido. 
Saio em busca do horizonte 
Onde espero encontrar 
Outras formas de prazer. 
Sem arrependimento, 
Sem traumas. 
Que fiquem as lembranças 
De seu sorriso tão lindo na primavera 
E dos meigos abraços nas noites de lua. 
Não fale de amor 
Para não magoar o coração 
E não me espere mais. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

domingo, 4 de agosto de 2024

Sentimento insano

Em noites de lua cheia e solidão, 
Meu coração bate descompassado, 
Uma paixão insana, sem razão, 
Um desejo louco, incontrolado. 

Teu olhar, um enigma abrasador, 
Queima minha alma em brasa, 
Perco-me em teu sorriso encantador, 
Nessa loucura que não se apaga. 

 Amor insano, ardente e cruel, 
Que me consome, me enlouquece, me devora, 
Em teus braços encontro o céu, 
E no mesmo instante, a hora de ir embora. 

 Meu juízo perde-se em teu encanto, 
Em teus lábios, o veneno doce, 
És meu prazer, meu pranto, 
Meu caos, minha dose mais agridoce. 

 E mesmo sabendo do perigo, 
Entrego-me sem mesmo hesitar, 
Pois neste amor louco, ambíguo, 
Encontro o que é viver e amar. 

 Se for sonho, não quero acordar, 
Se for dor, a desejo sentir, 
Pois neste amor insano, sem par, 
Encontro minha razão de existir. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sábado, 3 de agosto de 2024

O pesadelo do artista

O corvo tem a voz perdida 
Quando não pode ser assustador 
A noite mais escura pode nem ser notada 
Se a pessoa fechar seus olhos 
É quando as boas lembranças 
Tornam-se fantasmas que desaparecem na escuridão 
Como neblina no alvorecer. 

Será o que pode ser o pesadelo do artista? 
O que pode fazê-lo desistir de sua arte? 
O som da chuva que não pode ouvir? 
O silêncio dos pássaros que não voam mais? 
O choro da criança que descansa em paz? 
Será os demônios da criação? 
Ou apenas o horror da imaginação? 

São muitas e infinitas perguntas 
Que não tem nenhuma resposta plausível 
Quando o artista de funde no caos 
Quando a imaginação se torna uma criatura selvagem 
E ninguém pode domá-la a contento 
Porque o caos pode provocar pesadelos 
Ou seríssima ilusão de ótica. 

O sangue quente de um ancião 
Treme diante de dos calafrios iminentes 
Correntes que são soltas das mãos inertes 
Dos prisioneiros presos no tempo 
Nas vitrines onde tudo que esperamos 
Não faz mais sentido do que a solidão do vazio 
De quem não soube esperar o tempo certo. 

O que você vê pode ser o que não vê exatamente 
Porque a visão pode ser distorcida 
Com os pesadelos constantes em nossa jornada 
Não se pode mais dormir tranquilo 
Porque há revelações por onde quer que vá 
Como atalaias gritando a todo pulmões 
Proclamando as suas notícias alvissareiras. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 2 de agosto de 2024

Só o abismo sem um sorriso seu

No abismo sem teu sorriso, 
Tudo se torna um vácuo frio, 
O brilho do dia se perde, 
O mundo a minha volta fica sombrio. 
 
Sem teu olhar, sem teu encanto, 
O tempo se arrasta lento, 
Cada segundo é um tormento, 
Uma lágrima sem descanso. 
 
Teu sorriso, meu farol na escuridão, 
A luz que guia meu coração, 
Sem ele, sou naufrago perdido, 
Na vastidão do esquecimento, desprovido. 
 
O abismo se abre, faminto, 
Engole minhas esperanças, meus sonhos, 
Sem tua presença, sou só um ser errante, 
Sem rumo, sem consolo, com planos tristonhos. 
 
Mas ainda guardo uma faísca de desejo, 
De ver teu sorriso, um lampejo, 
Que ilumine minha vida vazia, 
E a preencha de novo com nova melodia. 
 
Enquanto isso, caio nesse abismo sem fim, 
Aguardando o dia em que, enfim, 
Teu sorriso traga a redenção, 
E afaste de mim essa profunda solidão. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 1 de agosto de 2024

Anjos e demônios

Chega dá um nó na orelha 
Só de pensar em tudo isso. 
Será que existe amor nessa cidade? 
Ando por um labirinto 
Onde casas parecem cair quando passo por elas. 
Um anjo está à espreita no alto de um prédio antigo 
E parece olhar as pessoas que transitam pelas ruas. 
As pinturas gritam 
A melancolia de uma linda frase 
O que parece flores de um buquê. 
Mas, flores de buquê estão mortas. 
Será que existe amor pela cidade? 
Os bares estão cheios 
As almas estão vazias 
Morfina de uma rotina sem sentido algum. 
Há ganância por toda parte, 
Vaidade em todos os salões 
Acho que ninguém vai para o céu. 
Vejo demônios escondidos nas ruínas, 
Nos escombros... 
Sofro a resignação 
E nem preciso morrer para ver Deus. 
Será que existe amor na cidade? 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense