segunda-feira, 1 de novembro de 2021

A última armadilha do olhar

Em meio a um exaustivo dia 
Um repentino e doentio cansaço 
Me faz dar uns poucos passos 
No desespero da ilusão 
Pintada pelos meus próprios olhos. 
Em meio a uma cegueira cruel 
Ouço uma risada encantadora 
Ouço passos macios 
E cabelos levados pelo vento. 
Os olhos se abre lentamente 
E deslumbra diante de si 
O corpo envolto em um fino véu transparente 
De uma mulher singela a desfilar 
Como se fora a passarela dos sonhos. 
Eu jamais vi uma mulher como essa 
De beleza tão estonteante 
A ponto de cegar os meus olhos com seu brilho. 
Com um leve sorriso no rosto 
Que mais parece a visão do paraíso 
Ela pede para olhar suas tranças, 
Seus lábios e seu corpo singelo 
E pergunta se a acho bonita 
Como o amanhecer surgindo na primavera 
Respondo juntamente ao suspiro do coração 
Você pode então me seguir 
Ela lança a indagação no ar 
Eu a seguirei... 
Até que a eternidade termine em mim 
Sem saber que meus passos me levavam 
A última armadilha do coração! 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Nenhum comentário:

Postar um comentário