sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Horas silenciosas


Era sempre a mesma história 
A mesma tentativa de ludibriar a alma inquieta 
Procurar refúgio no silêncio 
E apagar das memórias as tristes lembranças 
Que nem mesmo o tempo conseguia dissolver. 
 
Tudo é tão estranho agora 
Até mesmo o silêncio é perturbador 
Como se não houvesse mais o futuro 
E nem esperança de dias radiantes 
Porque no horizonte não se vê nada mais. 
 
Houve um tempo que não se esquece 
De horas e horas silenciosas 
Onde podia se ouvir a chuva caindo no telhado 
E junto aos trovões bradavam a voz 
Do sentimento que nunca percebera. 
 
Não se corre atrás das folhas 
Quando são levadas pelo vento 
Nem se pode parar o riacho com a força da mente 
Se soubesse desses detalhes 
Poderia ter ouvido a voz do coração. 
 
No infinito que se depara agora 
Tudo é tão fosco que não se vê nenhum olhar 
Nem pode sentir as mãos macias 
Que acariciavam os seus cabelos 
Na noite eterna do tempo que passou. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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