Quantas fogueiras acesas para queimar os hereges
A fumaça,
O cheiro de carne queimada
Os gemidos de dores
O crepitar das chamas
Em nome de Deus
A violência.
Quantas forcas erguidas ao longo do tempo
O ritual
As pessoas aglomeradas
Nas praças públicas
Para verem os pescoços estralando
Em nome de Deus
O enforcamento.
Quantas cabeças decapitadas
No brilho da lâmina do carrasco
Ofuscada pelo sangue das vítimas
No ar as cabeças voando
Em nome de Deus
A fúria dos chamados santos de Deus.
Dogmas
Liturgias
Sacramentos
Desobedecidos?
Cabeças sentenciadas por discordar dos ensinamentos
Grandes mentes silenciadas
Em nome de ideais e ideologias.
Não eram hereges
Nunca foram hereges
Eram pessoas humanas
Que discordavam dos dogmas estabelecidos
E pagaram com as próprias vidas!
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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