quarta-feira, 24 de novembro de 2021

Não se pode matar as palavras


Tentou matar as palavras 
Queria mesmo sepultá-las no mais profundo que pudesse 
Rasgar as folhas e soltá-las pelo vento 
Afogá-las em suas lágrimas 
Riscar do mapa toda e qualquer lembrança 
Simplesmente que elas não mais existissem... 
 
Triste solidão deste ser humano 
Será que não sabe que as palavras são imortais? 
Não se pode matar as palavras 
Elas existem antes mesmo de existirem 
Na imaginação de quem escreve 
E elas permanecem para sempre 
Em folhas amarelas 
Rasgadas pelo tempo 
Rabiscadas 
E lá estão as palavras 
Que tentaram assassinar pela fúria da desilusão... 
 
Não se pode matar as palavras 
Que agora formam esta mensagem poética 
Que atravessa o tempo 
Descortina a imensidão 
E vai parar direto no seu coração. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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