terça-feira, 5 de dezembro de 2023

Casulos infestados

Se eu sonhar e não acreditar 
De que vale esse sonho? 
Qual pássaro consegue sobreviver sem suas asas? 
A solidão é sempre uma companhia confiável 
Ou apenas mais uma torturadora sem coração? 
Eu faço perguntas que não posso responder 
Eu busco respostas onde não costumo encontrar 
E a vida continua seguindo o seu curso infinito 
Onde vidas são ceifadas diariamente 
No círculo infinito da existência 
Cada buraco de uma rua mal cuidada 
É o reflexo de uma ilusão perdida 
E a desilusão de vidas que ficaram sozinhas 
Na vastidão de cidades vazias 
Prédios abandonados são casulos infestados 
Que não guardam memórias 
Porque os sonhos não podem terminar 
Cada vez que você acorda de manhã. 
Atrás das montanhas o que se esconde? 
De onde veio o vento que tocou o seu rosto? 
Onde estavam as borboletas que voavam ontem? 
E continua as perguntas a martelar 
Inteligência que não é nada artificial 
De um tempo que percorre a minha mente 
Transtorno de noites obscuras 
Mais do que escuras que torturam 
Que destroem qualquer indícios de sobrevivência. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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