Se eu sonhar e não acreditar
De que vale esse sonho?
Qual pássaro consegue sobreviver sem suas asas?
A solidão é sempre uma companhia confiável
Ou apenas mais uma torturadora sem coração?
Eu faço perguntas que não posso responder
Eu busco respostas onde não costumo encontrar
E a vida continua seguindo o seu curso infinito
Onde vidas são ceifadas diariamente
No círculo infinito da existência
Cada buraco de uma rua mal cuidada
É o reflexo de uma ilusão perdida
E a desilusão de vidas que ficaram sozinhas
Na vastidão de cidades vazias
Prédios abandonados são casulos infestados
Que não guardam memórias
Porque os sonhos não podem terminar
Cada vez que você acorda de manhã.
Atrás das montanhas o que se esconde?
De onde veio o vento que tocou o seu rosto?
Onde estavam as borboletas que voavam ontem?
E continua as perguntas a martelar
Inteligência que não é nada artificial
De um tempo que percorre a minha mente
Transtorno de noites obscuras
Mais do que escuras que torturam
Que destroem qualquer indícios de sobrevivência.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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