Escrito com tintas da alma, sem tumulto.
Percorri linhas, desvendei segredos,
Mas, nas entrelinhas, guardei meus medos.
Poesias que brotavam como flores,
Cada estrofe, capítulos de amores.
Mas no íntimo, um dilema persistia,
Entre revelar uma dor ou uma alegria.
Rasgar como palavras, como papel frágil,
Seria um ato de coragem ou desatino ágil?
Cada sílaba, um fragmento de mim,
E, ao rasgar, tudo teria um triste fim.
Desisti do gesto brusco, da ruptura,
Pois cada verso trazia uma ternura.
Mesmo nos momentos de desespero,
Uma poesia sempre foi meu refúgio sincero.
Então, guardei os poemas de emoção,
No silêncio, onde descritos os sonhos são.
Não rasguei as linhas do meu coração,
Deixei intacta a minha confissão.
Na gaveta da alma, melodias de amor,
Como tesouros que o tempo abraça sem dor.
Desisti de rasgar, optei por guardar,
Cada palavra, o meu jeito de sonhar.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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