domingo, 10 de dezembro de 2023

Eco silencioso

Em um cantinho escondido da memória, 
Reside uma saudade que fere, que devora. 
É um eco silencioso, um lamento, 
Que dilacera o peito a cada momento. 

Nas sombras da noite, ela se manifesta, 
Como um suspiro que a alma contesta. 
É uma ausência que corta como navalha, 
Deixa marcas profundas, como uma batalha. 

No jardim das lembranças, flores murchas, 
Guardam o perfume das horas turvas. 
A saudade é um fantasma persistente, 
Que vagueia, implacável, incessante. 

Lembranças de um toque, de um olhar, 
Como se o tempo quisesse congelar. 
O coração, antes tão pleno de vida, 
Agora chora uma saudade ferida. 

As palavras não traduzem a dor, 
Que se esconde por trás de cada cor. 
É um vazio que se instala e persiste, 
Uma saudade que nunca desiste. 

Mas no tormento, há uma beleza oculta, 
Na saudade que o coração dificulta. 
Pois, mesmo ferido, ainda pulsa e sente, 
A dor de uma saudade que é eternamente. 

Assim, no palco da existência humana, 
A saudade dança, uma triste melodia insana. 
Canta a ausência, mas também a presença, 
De tudo o que fez em mim grande diferença. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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