quinta-feira, 7 de setembro de 2023

Estático

Tempo que resolve não passar 
Olhares que se cruzam nesse intervalo 
Sorrisos escondidos na penumbra 
Onde o tempo, mais uma vez, 
Resolveu não continuar sua eterna viagem 
Olha-se para o relógio 
Vê-se as folhas caindo das árvores 
Uma criança corre com uma pipa na mão 
E o vento leva-a de um lado para outro 
E o tempo não passa de jeito nenhum 
Olha mais uma vez o horizonte 
Nenhuma silhueta parece surgir do infinito 
Apenas o desejo, a ansiedade 
Uma esperança fugaz de que a verá outra vez 
Perdida no tempo das lembranças 
De um sentimento que se foi outrora 
De sorrisos que acalmava a alma 
De carinhos que preenchia o vazio do coração 
E tudo sempre foi tão bom 
Que nem via o tempo passar na sua velocidade 
Mas agora, agora o tempo não passa 
Os minutos são eternidades insuportáveis 
Difícil resistir a vontade louca de sair gritando 
Pulando pelas planícies em busca de uma resposta 
Você virá outra vez? 
Olha mais uma vez para o horizonte 
O crepúsculo ofusca a visão 
Não pode esperar mais que o tempo volte 
E ele, cruel como sempre, está estático 
E, no seu semblante, parece sorrir. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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