terça-feira, 19 de setembro de 2023

Amor perdido no abismo do passado

Em frente ao espelho, um olhar profundo e vazio, 
Reflete um coração em desalento, 
Saudade de um amor que foi perdido, 
Ou simplesmente esquecido 
No tempo, como um sonho em movimento. 

Naquelas linhas traçadas pelo tempo, 
Na face que já não é o que um dia existiu, 
A memória se agarra a um sentimento, 
Fica preso no pensamento 
Aquele amor que o tempo não desfaz, que sumiu. 

No espelho, a sombra daquela história, 
Resplandece em olhos marejados, tristonhos, 
Lembranças que resistem à memória, 
De um tempo que levava a glória 
Desbotam como folhas que caem no outono, desfaz os sonhos. 

Oh, amor perdido no abismo do passado, 
Que habita esse olhar melancólico e sereno, 
Teu eco ressoa eternamente, encantado, 
De forma sútil tão desesperado 
Na alma que se espelha, no amor que foi ameno. 

Que o tempo possa aliviar essa saudade, 
E que o espelho revele novos caminhos, 
Mas jamais apague a doce melodia, 
Que a saudade faz virar poesia 
Daquele amor que vive aconchegado em carinhos. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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