Não a que arromba,
Mas a que gira devagar na fechadura da alma
E ensina o silêncio a respirar.
Você é a porta da fantasia,
Entreaberta no fim da noite,
Onde o real desaprende seus nomes
E o impossível aprende a me tocar
Sem mãos.
Você é o caminho para o ardente prazer,
Não a linha reta,
Mas a curva quente do tempo,
Onde o passo se perde,
O corpo esquece o medo
E o querer vira incêndio manso,
Que não destrói,
Ilumina.
Em você, o desejo não grita:
Ele chama.
E eu sigo.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Nenhum comentário:
Postar um comentário