sábado, 6 de dezembro de 2025

Sobre ela

 Ela é a sombra suave 
Que repousa no canto dos meus pensamentos, 
A chama que insiste em arder 
Mesmo quando o mundo se apaga. 
Amo-a no silêncio da madrugada 
E no rumor do dia que desperta, 
Porque meu peito 
Aprendeu a respirar no ritmo do nome dela. 
 
Há um lugar em mim onde o tempo dobra, 
Onde a memória é mais viva que o próprio gesto. 
Nesse espaço secreto, ela existe inteira, 
Como um verso que se recita sozinho 
Mesmo quando os lábios juram silêncio. 
 
Se a noite fosse apenas ausência de luz, 
Eu ainda a veria, 
No contorno das estrelas, 
No vento que passa, 
Na saudade que não descansa. 
É que o amor, quando é grande, 
Acende mundos por dentro. 
 
Durante o dia, meu coração tenta ser discreto, 
Finge normalidade, veste a máscara da razão. 
Mas basta um pensamento, 
Uma lembrança pequena, 
Um detalhe quase esquecido, 
E tudo em mim se dobra em direção a ela. 
 
Amo-a profundamente 
Como quem carrega um segredo quente entre as mãos: 
Não posso soltar, 
Não posso mostrar, 
Mas também não consigo esquecer. 
É uma chama que pede cuidado, 
Mas também pede eternidade. 
 
Noite e dia, ela é o rumor dentro do meu peito. 
Uma presença que não pede permissão, 
Não precisa provar existência, 
Apenas é. 
E eu, prisioneiro voluntário desse sentir, 
Apenas sigo amando. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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