Mas teus olhos sempre chegam antes do meu disfarce.
Eles atravessam minhas palavras cuidadosas
E pousam exatamente onde finjo não existir.
É estranho esconder algo que sabe respirar sozinho.
Posso calar a voz, conter os gestos,
Mas o olhar, esse traidor delicado,
Entrega o que o coração escreve em segredo.
Carrego esse sentimento como quem leva fogo no bolso:
Não queima por fora,
Mas ilumina cada pensamento,
E às vezes vaza em pequenos clarões quando te vejo.
Não te digo nada,
Mas tudo em mim fala quando estás perto.
Meu silêncio não é ausência,
É apenas um amor
Aprendendo a caber no intervalo entre dois olhares.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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