A trancar portas por dentro.
Guardei palavras no fundo do peito,
Não por frieza,
Mas por excesso.
Havia sentimentos demais para o mundo,
E eu aprendi cedo
Que nem todo silêncio é ausência,
Às vezes é cuidado,
Às vezes é medo de transbordar.
Se pareço não ligar,
É porque aprendi a amar em voz baixa,
A sofrer sem plateia,
A sentir sem pedir socorro.
Carrego tudo comigo:
O que não disse,
O que não chorei,
O que não coube em gestos.
E isso pesa,
Mas também me fez inteiro de um jeito estranho.
Então, desculpa…
Não é indiferença.
É só alguém que cresceu acreditando
Que sentir demais
Era algo que precisava ser escondido.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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