No entardecer,
A lembrança dela é uma ausência
Que se acende devagar,
Como as luzes da cidade, tímidas,
Sabendo que a noite vai chegar.
Ela aparece no intervalo
Entre o sol e o escuro,
No momento exato
Em que o dia parece cansado demais pra continuar.
É quando o céu se desfaz em tons frios,
E o silêncio pesa mais que o próprio tempo.
Penso nela
Como quem toca um retrato antigo,
Sabendo que não há retorno,
Só vestígios.
O vento carrega o nome dela sem voz,
E cada cor que desaparece do céu
Me lembra o jeito
Como ela foi sumindo de mim:
Devagar, mas para sempre.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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