segunda-feira, 14 de abril de 2025

A lembrança dela

No entardecer, 
A lembrança dela é uma ausência 
Que se acende devagar, 
Como as luzes da cidade, tímidas, 
Sabendo que a noite vai chegar. 
 
Ela aparece no intervalo 
Entre o sol e o escuro, 
No momento exato 
Em que o dia parece cansado demais pra continuar. 
É quando o céu se desfaz em tons frios, 
E o silêncio pesa mais que o próprio tempo. 
 
Penso nela 
Como quem toca um retrato antigo, 
Sabendo que não há retorno, 
Só vestígios. 
 
O vento carrega o nome dela sem voz, 
E cada cor que desaparece do céu 
Me lembra o jeito 
Como ela foi sumindo de mim: 
Devagar, mas para sempre. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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