sexta-feira, 4 de abril de 2025

Entre concretos e sonhos

Na calçada cinza que engole os passos, 
Corpos cruzam sem se ver, 
Olhos presos em telas, 
Corações que já esqueceram o porquê. 
 
O buzinar constante soa como sinfonia, 
Acorde de um dia igual ao da lembrança. 
No semáforo, o tempo se alterna 
Entre a pressa e a esperança. 
 
Entre prédios que tocam o céu, 
Um grafite grita cor na parede rachada, 
Voz de um artista anônimo 
Que ainda sonha acordado na madrugada. 
 
A cidade fere e acalenta, 
Cobra caro por cada suspiro de emoção. 
Mas é nela que se planta 
O desejo de voar, mesmo sem razão. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Nenhum comentário:

Postar um comentário