sexta-feira, 18 de abril de 2025

Entre circuitos e silêncios

É complicado pensar, 
Nesse elaborado estado de ser
Onde o humano se despede em fragmentos 
E a alma escorrega para dentro de algoritmos. 
 
Somos carne que sonha, 
Mas sonha com máquinas. 
O toque já é cálculo, 
O gesto, instrução. 
 
Robotizados, 
Não por engrenagens, 
Mas por repetições invisíveis 
Que nos moldam como molda o tempo
 As arestas de uma pedra cansada. 
 
E no fundo, ainda resta uma pergunta: 
Será que nos tornamos autômatos 
Porque é mais fácil 
Do que sentir? 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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