O silêncio cai como névoa no quintal,
Entre sombras alongadas de um sol cansado.
Cada raio parece sussurrar despedidas
Às folhas que dançam sem pressa, sem rumo.
Na moldura da janela, o mundo se aquieta
O tempo escorre em lentos fios de ouro e cinza.
Há uma saudade que não tem nome,
Uma ausência que pesa mais que o próprio ar.
Os pássaros calaram seus cantos,
E até o vento caminha de mansinho,
Como quem respeita um luto antigo
Guardado no peito de um tarde silenciosa.
A melancolia, velha amiga sem pressa,
Senta-se ao meu lado, sem dizer palavra.
E juntos, partilhamos o vazio
Como quem bebe um chá morno de lembranças.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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