terça-feira, 15 de abril de 2025

Tarde silenciosa

O silêncio cai como névoa no quintal, 
Entre sombras alongadas de um sol cansado. 
Cada raio parece sussurrar despedidas 
Às folhas que dançam sem pressa, sem rumo. 
 
Na moldura da janela, o mundo se aquieta 
O tempo escorre em lentos fios de ouro e cinza. 
Há uma saudade que não tem nome, 
Uma ausência que pesa mais que o próprio ar. 
 
Os pássaros calaram seus cantos, 
E até o vento caminha de mansinho, 
Como quem respeita um luto antigo 
Guardado no peito de um tarde silenciosa. 
 
A melancolia, velha amiga sem pressa, 
Senta-se ao meu lado, sem dizer palavra. 
E juntos, partilhamos o vazio 
Como quem bebe um chá morno de lembranças. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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