sábado, 2 de agosto de 2025

Hóspede clandestino

 O sonho que temos 
É sempre um hóspede clandestino, 
Chega sem avisar, veste sombras e cintilações, 
Deita-se no quarto mais escondido da alma 
E abre janelas que não sabíamos existir. 
 
Ele não pede chave nem permissão, 
Esgueira-se por frestas de pensamento 
Como um viajante 
Que sabe todos os atalhos do coração. 
 
Fica o tempo que quer, 
Rouba nossas horas, nossas certezas, 
E, quando parte, quase sempre, 
Deixa um bilhete indecifrável 
Sobre a mesa do amanhecer. 
 
Porque o sonho, mesmo amado, 
Nunca é morador fixo, 
É vento que carrega mapas invisíveis, 
É visita que sempre nos deixa um pouco mais 
Fora de nós mesmos. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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