sexta-feira, 22 de agosto de 2025

Sob a pele

É como respirar vidro. 
Como engolir água escura 
E sentir os pulmões queimando, 
Implorando por ar 
Enquanto o seu nome pesa no meu peito 
Feito pedra. 
 
Meu corpo treme. 
A pele arde como se você estivesse por dentro, 
Rasgando cada nervo, 
Cada pedaço que eu tentei proteger de você. 
 
Minhas mãos suam, 
Minha boca seca, 
Minha cabeça gira 
Como se o chão tivesse desaparecido. 
E ainda assim… 
Eu te procuro. 
No meio do caos, no meio da falta de ar, 
Eu te procuro. 
 
Você é a febre que não passa, 
A vertigem que me derruba, 
O veneno que eu bebo sabendo o fim. 
 
Já tentei correr, 
Já tentei me esconder em outros corpos, 
Outros abraços, 
Outros cheiros. 
 
Inútil. 
Tudo em mim grita o seu nome. 
 
Amar você não é um ato de escolha. 
É um colapso inevitável. 
É a falha final do meu instinto de sobrevivência. 
 
E mesmo com o coração estilhaçado, 
Mesmo sabendo que estou afundando, 
Eu abro os braços para te receber. 
 
Porque no fim, 
A dor de te querer 
É menos insuportável 
Do que a ideia de te perder. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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